É começo de ano escolar e vemos sempre as mesmas situações. Adolescentes afim de diversão, enquanto se preparam para a vida. Como um observador, acabo percebendo que por mais que estejamos na mesma idade, cada um tem objetivos e atitudes completamente distintas.
Enquanto alguns estão preocupados com o quanto terão de estudar, outros se desesperam dizendo que não passarão de ano porque a escola dificultará que eles colem nas provas, alternando a ordem das questões. Enquanto alguns prestam atenção nas aulas e discutem qual carreira seguir, outros ficam fazendo piadas com os professores. É essa diversidade tão grande, que torna as escolas um campo de observação preciso tanto para os alunos, quanto para os professores que lidam diariamente com jovens tão diferentes.
A cada novo ano, muitas diferenças abalam a escola. Muitas pessoas novas e muitas mudanças. Tem gente que muda radicalmente de repente. Não apenas no corte de cabelo ou na inserção de um cordão de prata e um novo tênis no visual. Muitos mudam de atitude. Alguns para melhor, outros para pior. Muitos se dão conta do quanto sofreram para passar na série passada e acabam se comprometendo a estudar de maneira redobrada para não terem que lidar com os mesmos problemas novamente.
Esses, acabam começando a estudar antes e no final passam de ano com tranquilidade, e percebem que se tivessem tido um estudo regrado e uma disciplina, nada teria sido tão penoso. Esse tipo de mudança é mais do que positiva. Por outro lado, muitos acabam se entregando de vez ao desinteresse. Acabam manipulando a cabeça dos mais fracos a seguir pelo mesmo caminho, e passam a criticar os que estão dispostos a estudar com afinco. Mas não cabe a ninguém esse julgamento, porque ele está dentro da cabeça de cada um e deve incomodar um pouco cada noite quando deitam no travesseiro.
Pego-me reparando, que muitos não conseguem enxergar a figura do professor como ele realmente o é. O professor é um mestre, detentor de conhecimento. Tem uma experiência e vivência muito superior as dos alunos, e por isso, tem o direito de opinar em nossas vidas e até mesmo de nos repreender quando agirmos errado. Somos apenas mais alguns na vida de um professor, enquanto esse é figura única em nossas vidas.
Deveríamos tomar consciência de que esses professores, um dia foram como nós alunos. Passaram por tudo que passamos, tiveram as mesmas dificuldades e as mesmas dúvidas assombravam suas cabeças. Eles são totalmente capazes de nos auxiliar na escolha de nossas futuras profissões, pois já ajudaram muitos outros antes de nós.
Entretanto, não é só esse comportamento de professor que tenho observado. Muitos alunos andam com a cabeça repleta de dúvidas sobre qual profissão seguir na vida, enquanto outros nem mesmo pensam sobre isso. Acabo me perguntando o que farão da vida esses que não estão nem um pouco preocupados. Farão qualquer faculdade particular que os pais paguem, pelo simples motivo de estar fazendo? Acabarão desperdiçando tantos anos de escola que os pais pagaram com o trabalho?
Sem dúvidas, o Ensino Médio é essencial para essa escolha. Nele as pessoas conseguem enxergar com mais clareza as suas aptidões e as suas dificuldades. Essa escolha é mais que uma preferência. Não é como escolher entre uma camisa azul e uma verde. É escolher o que fazer da vida. É ter a consciência de que uma escolha equivocada, pode fazer com que a infelicidade bata na porta todos os dias e acorde junto conosco quando estivermos indo trabalhar.
Por isso, é de suma importância que passemos a dar mais valor ao ambiente escolar e aos nossos professores. Eles são altamente capacitados para nos ajudar e estão em sua maioria sempre dispostos a tirar nossas dúvidas.
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