terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Unidade

Éramos dois, somos um
Hoje só existe a unidade
Dois e dois são um
Reinventamos a realidade

Somos dois amantes
Amante, ser que ama
A conotação de antes
Desfez-se em nossa cama

Um beijo não é mais um beijo
É a nossa marca de amor
Expressa em cada desejo
E em cada toque sedutor

Somos um, somos amantes
Somos amantes, somos um
Somos mais fortes que antes
Porque nosso amor é só um.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Na porta do paraíso

Quando seu coração acelera sem razão
Quando qualquer palavra dita vira sorriso
Quando já não se controla a emoção
Prepare-se. Você está na porta do paraíso

Esse paraíso tem muitas linhas delicadas
E curvas brutas em um caminho macio
Possui partes que esperam ser beijadas
E outras para aquecer quando estiver frio

Há que ser cortês para entrar nesse universo
Mas às vezes é preciso ter um pouco de voracidade
Como a caneta a percorrer o caminho do verso
Quando a inspiração vai se tornando realidade

Benvindo ao paraíso: aprecie sem moderação!
Eis o fim de sua longa e interminável jornada
Feche os seus olhos e sinta no coração
Que enfim conquistaste a tua mulher amada.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Pintura dos sonhos

A lembrança se pintava na imaginação 
No beijo de dois amantes apaixonados
Feito a mais perfeita e bela recordação 
De sonhos que nunca foram realizados

Corpos que se procuram na pintura
Pincéis que se completam na paleta 
A mais louca e destemida aventura
Que já existiu na face do planeta  

Eis que feito uma pintura barroca
O dualismo dos corpos entra em ação:
Na imagem do primeiro beijo na boca
de seres opostos - pura lei da atração!

A magia das cores é então revelada 
Como quem comandava o pintor 
Que numa noite tão inspirada 
Acabou pintando um beijo de seu amor. 

Amor inexplicável

Quis compor um poema perfeito
Que exprimisse o maior sentimento
Acabou não surtindo qualquer efeito
Apenas mais uma lágrima de lamento

Secador de prantos - adjetivo exato
Na descrição de um homem amargurado
Que fez desse poema um triste retrato
De seu amor egoísta e desesperado

Na cascata cristalina do pranto
A lágrima transfigurou-se em poesia
Desfazendo o mistério e o encanto
Que o coração palpitante vivia

Eis a nova realidade: transformação
Corpo celeste despido ao âmago do ser
Não vale a pena despojar-se da razão
Se o amor inexplicável não vencer.