domingo, 17 de março de 2013

O Beijo da Times Square


O Beijo da Times Square

Os rádios anunciavam a plenos pulmões:
É o fim da Guerra que restava no Oriente!
Miséria, mortes, tristeza, lucro, rendições
E no meio de tudo, um beijo, somente.

O marinheiro não cabia dentro de sua euforia
Explodia de felicidade, cria na paz mundial
A enfermeira não continha sua alegria:
Em pleno Agosto celebravam o Carnaval!

Dois desconhecidos que se conheciam num beijo
Duas vidas entrelaçadas por uma conquista.
Mais que atração fatal ou desejo,
Era amor verdadeiro à primeira vista!

O mundo atômico nascia ao redor dos amantes
Enquanto o infinito para eles bastaria...
Nunca mais se veriam, não se conheciam antes
Mas aquele beijo se tornou imortal na fotografia. 

sábado, 16 de março de 2013

Petrópolis, o mais lindo dos amores!



Petrópolis, o mais lindo dos amores!

De um Córrego Seco nascia
A princesinha da bela Serra
Das mãos de Pedro florescia
A inspiração de nossa terra

Ares amenos para princesas
Terra fértil para os colonos
Congregação de realezas
União dos mais bravos tronos

Portugueses, Italianos e Alemães
Europa refeita em ares serranos
Despertar fecundo das manhãs
Política feita embaixo dos panos

Capital da política e da cultura
Berço de poetas e escritores
Terra límpida, alva e pura
Petrópolis, o mais lindo dos amores!

terça-feira, 12 de março de 2013

A Sucessão Papal: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternunra jamás.”



Estamos vivendo um período histórico. Na iminência da escolha do novo Papa, seu Pontificado deverá enfrentar não apenas a Igreja Católica e suas inúmeras divisões, como a Cúria, mas também, um mundo a beira do caos.
O novo Papa deverá ter habilidade suficiente para agir mais como um líder político do que religioso, uma vez que poderá ter papel decisivo no enfrentamento de mazelas mundiais e internas.
Um bom exemplo seria João Paulo II. Não é preciso muito conhecimento para chegar à conclusão segura de que seu Pontificado soube ser muito efetivo politicamente. Chegou a ser decisivo, de fato. Em tempos de Guerra Fria, a liderança calorosa do polonês foi firme com doçura e, ao mesmo tempo, humana e segura.
Karol Wojtyla soube reformar a sua Igreja, trazendo modernidade e ao mesmo tempo resguardando os princípios apostólicos tradicionais, sabendo se envolver com precisão cirúrgica nas questões mundiais mais desafiadoras.
A afabilidade de Wojtyla é um tanto quanto rara e é difícil que haja um papa neste século que a supere, a exemplo de Bento XVI. Um papa político, mas pouco terno. Talvez seus últimos dias e momentos em Castel Gandolfo tenham sido seus maiores expoentes de simpatia plena e doçura. O mundo pode observar o homem Ratzinger, que antes de ser um Papa, sofria na clausura de seus mais profundos sentimentos de impotência diante das mazelas que o cercavam.
Substituir um papa tão carismático como seu antecessor talvez fosse uma das maiores dificuldades que um homem já enfrentara na sucessão de Pedro, de acordo com a crença Católica. A figura sisuda e pouco espontânea do endurecido cardeal alemão ressaltava o seu lado político, sem deixar transmitir o homem que se escondia por trás das vestes papais. Quando o Joseph homem apareceu, o Bento político já havia se perdido e nessa missão árdua de liderar a Igreja é mister possuir duas qualidades: afabilidade e pulso firme.
O novo Papa terá inúmeros desafios para lidar, tais como a situação mundial dos regimes fundamentalistas das não-aceitações e as novas, perigosas e incertas ascensões ao poder de líderes como Kim Jong-un.
Entretanto, talvez o lado interno seja o mais preocupante. A Igreja Católica não é mais aquela imponente figura que imperava soberana nos séculos passados. Fieis são perdidos como ovelhas desgarradas pela falta de humanidade de seus líderes. É preciso que um pastor sábio saiba conduzir os rumos de seu rebanho, corrigindo internamente os problemas que o mundo inteiro já conhece, como as questões polêmicas da pedofilia, abusos sexuais, aborto e o próprio sexo.
A nova figura a ser anunciada no Vaticano deverá seguir os moldes não só da milenar Bíblia e da moral do Cristo, mas de um enunciado muito simples de Ernesto Guevara, o Che: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternunra jamás.” É preciso um líder que resolva os seus problemas dentro de casa com ordem e sorria com ternura para o rebanho de fieis desgarrados do lado de fora.