sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nobre arte de amar

Essa poesia foi escrita sem pretensão alguma, mas de repente apareceu em minha vida o II Concurso de Poesia Amor Demais em homenagem a Vinícius de Moraes. Enviei a poesia e acabei vencendo, garantindo ainda o título de melhor intérprete... Ela é uma de minhas criações favoritas, espero que gostem.

Nobre arte de amar

Novo começo, nova regra na poesia
É hora de cantar a minha alegria
Bradar sobre o sentimento mais profundo
Capaz de transformar o mundo
Mas como vivê-lo tão intensamente?
Para amar, não há regras, é inconsciente
Não basta ser amor, tem que ser paixão
Há que incendiar e açoitar o coração
Ser bruto em carinhos de cortesia
Ganhar beijos sussurrando poesia
Abrasar no peito a mulher amada
Sorrir até quando não se puder dar risada
No corpo nu, beijar todos os espaços
Ser carinhoso tomando-a nos braços
Viver numa dúvida inconstante
Ser amigo ou apenas amante?
É preciso muita vontade e pouco juízo
Entregar-se ao amor, morada do paraíso
Fazer versos sem nenhuma decência
Esperar a amada com toda paciência
Poetizar nos momentos de intermitência
Despir as pétalas inebriantes da rosa
Confortá-la quando chorar copiosa
Num breve olhar compreender sua aflição
E num beijo de amor ganhar seu coração

Uma breve reflexão

Certo dia quando já estava deitado em minha cama, pronto para dormir, me peguei pensando em uma grande coisa: Quando é que estou totalmente em paz comigo mesmo? Percebo que esse meu questionamento deve rondar a cabeça de muitas pessoas todas as noites antes de dormir.
É muito difícil repousar a cabeça sobre o travesseiro e sentir uma satisfação de dever cumprido. Nossos dias estão a cada dia mais atribulados e nos falta tempo até mesmo para as coisas mais habituais como um beijo de boa noite. Quantos esposos se esquecem às vezes de dar um beijo apaixonado desejando uma boa noite para a mulher deitada ao seu lado? É mais comum do que pensamos! Mas a questão não é termos deixado de dar boa noite, e sim que estamos deixando passar momentos importantes de nossas vidas e isso acaba com essa tão sonhada paz interior.
Essa paz nada mais é do que a satisfação diante do dever cumprido, diante das nossas vitórias nas batalhas diárias. Essa paz é edificante para nosso ser, e traz serenidade para lidarmos com as situações difíceis. Entretanto, como podemos obtê-la? Essa pergunta sem dúvidas já deixou muitas pessoas sem dormir.
A paz interior é fruto de uma conduta íntegra, da doação e da entrega às atividades que nos propomos a exercer. Todavia, seu melhor exemplo está presente na caridade e na fé. Essa fé é mais que a de rogar aos céus por proteção, ela é quando enfrentamos os nossos medos sem temer, por acreditarmos que nunca estamos sozinhos e que somos capazes de vencer qualquer obstáculo que nos pareça difícil ou até mesmo impossível. É toda vez que acreditamos no nosso poder interior e que somos capazes de realizar os nossos sonhos mais profundos, lutando e batalhando por eles com o suor que escorre do nosso corpo cansado.
Já a caridade, é sabermos que nem todos tem a mesma oportunidade. Cada um nasce numa condição diferente e com uma missão mais distinta ainda. Essa caridade não é somente aquela que a mídia nos cansa de mostrar em que as pessoas saem doando pão na rua e ajudando uma velhinha a atravessar a rua. Ela é muito mais grandiosa que isso. É saber ouvir, é saber dar carinho, amor e atenção. É ter pelos necessitados a compaixão e a bondade verdadeira que não doa para dizer que doou, mas doa para deitar no travesseiro e sentir que ajudou e ter a certeza que um dia tudo que fez virá em dobro. Assim, talvez, começamos a sentir essa tão almejada paz interior.
Tudo isso é muito difícil, mas se doarmos um pouco dos nossos minutos tão valiosos nos sentiremos melhores. Vamos ouvir o choro e consolar os que sofrem, vamos dar carinho e um voto de confiança a quem não acredita em si mesmo. Vamos ouvir as historias dos mais velhos e experientes, mesmo que elas sejam as mesmas todos os dias. Vamos sentar no tapete da sala e brincar com nossos filhos, sentar na mesa de jantar e ouvir como foi o dia do outro. E quem sabe assim, no final do dia possamos repousar nossos corpos na cama com a sensação de dever cumprido e nos extasiarmos com um pouco de paz.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um amor de carnaval, isso sim!

Amor de carnaval

Amor de poeta é carnaval
Ensaio da vida sem ritual
Espelho que sopra a alma
Vento que reflete a calma
Bocas cheias de tempestade
Olhares marejados de saudade
É neve fria em chama ardente
Viagens loucas pelo continente
São jogos de carinho, sedução
Beijos de tirar o fôlego, paixão
Coração que acelera de repente
Se ver pensando nela inconsciente
Ah... Esse amor é verão no inverno
Sentimento fugaz enquanto eterno
Palavras idealizadas na poesia
Letras unidas sem tanta primazia
Jardim da vida sem seus atores
Palcos onde encenam as flores
Mas esse amor é único, é especial
É até mesmo mais que carnaval
Ele é a mais perfeita imitação
Daquele que todos sentem no coração.

Auréola do tempo

Essa poesia é para entender as entrelinhas!

Auréola do tempo sobre a noite de tempestade

Auréola do tempo sobre a noite de tempestade
Ignoto de sorrisos em dias de felicidade
Gritos de silêncio das bocas malferidas
Duas almas amantes descontentes e partidas

Hortênsias brindam a união desunida
Violetas confortam a inspiração perdida
No carinho consumido pela amargura
Do poeta herói, que lutava com bravura

Sorrisos contidos, em versos iluminados
Retratos de um amor embebido de paixão
Gotas de orvalho sob a relva ofegante

Mas serão os versos, então, desperdiçados,
As palavras empalidecidas no coração,
E o amor apunhalado nesse instante?

Uma cavalgada rumo à felicidade

Uma cavalgada rumo à felicidade

Olhei para os lados da estrada, mas nada vi. Rebusquei os sentidos para ver se não estava equivocado quanto à falta de alguém naquele lugar, que outrora fora tão movimentado. Acabei me convencendo de que estava sozinho, perdido num mar sem coordenadas para que me encontrassem.
Achei melhor então me sentar à sombra do arbusto mais próximo que vi. Passei a admirar a quietude e simplicidade daquele lugar tão mágico para mim. E de tanto esperar, acabei por ver passar correndo a felicidade. Logo tratei de ir atrás daquela que sempre fora tão ambicionada.
Conforme ia chegando mais próximo, pude perceber que os meus pés descalços, já castigados, não aguentariam tamanha maratona atrás da felicidade. Senti que nada podia fazer, senão voltar à minha sombra e esperar que mais algum sentimento passasse pela estrada.
Depois de longos e intermináveis minutos, avistei o amor caminhando lentamente, então mais do que de repente fui me encontrar com ele. Quando ia tocá-lo, o inesperado aconteceu. Ele havia desaparecido.
Estava inquieto e desesperado ao perceber que deixara escapar mais uma ajuda naquele caminho deserto. Foi quando me dei conta que o amor me havia deixado um pequeno bilhete caído sobre a grama coberta de orvalho.
"Por mais que os nossos pés estejam cansados e castigados, não podemos desistir de galgarmos a felicidade, mas se lhe serve de consolo, o amor mostra que tudo é possível desde que tenhamos fé e determinação naquilo que queremos alcançar. Pois nem você, nem mais ninguém, pode voltar no tempo para correr atrás da felicidade, mas todos podemos pegar uma carona com o amor e ir ao seu encontro no fim do caminho".
Inacreditavelmente, um cavalo branco belíssimo apareceu do nada. Montei em sua garupa, sentindo sua crina alisar meu rosto com aquela brisa que soprava. Saímos galopando pela relva, sentindo uma confiança enorme, capaz de vencer os nossos maiores medos.
E quando menos esperava, despertei do meu sonho, com a certeza de que havia alcançado a felicidade no fim do meu caminho. Hoje resta a lembrança de que por mais doloroso que seja o caminho, a felicidade sempre nos compensará na chegada.

Trova

Fazer uma trova não é nada fácil, devo assumir! Mas com um pouco de paciência e trabalho árduo acabamos conseguindo mostrar em apenas quatro versos, emoções que dariam toda uma poesia ou até mesmo um texto. Abaixo estão algumas trovas que preparei:

Essa primeira trova, foi premiada em terceiro lugar no VI Concurso Nacional de Trova na Categoria Adulto, onde concorri com pessoas de mais de 9 estados.


Linda, alegre, delirante,
De pele doce e macia,
Tem no olhar apaixonante,
O azul do amor que inebria.

****************************

E no olor doce das flores,
Eu sacrifiquei os meus versos,
Na utopia de ter amores,
Dos sabores mais diversos.

*****************************

Faces rubras pelo espanto
Olhos mortos de saudade
Duas bocas que por enquanto
Não acharam felicidade

Doença Moral

Essa poesia foi escrita com muito pesar, mas ao mesmo tempo com muita consciência, visto o momento que passamos na Serra... Reflitam bastante!!!

Doença moral

Em certas horas não existe explicação
As coisas acontecem inesperadamente
Acabam por fugir de nossa razão
E o que resta, é a piedade comovente

A força da nossa mãe natureza
Por vezes é testada pela nossa teimosia
E no final só nos resta a triste certeza
De saber que ela responde com tirania

Olhos marejados clamam por piedade
Vidas destruídas num único segundo
Pessoas que perdem a própria identidade
Nessas tragédias que abalam o mundo

Mais do que mortes, perdas morais
Desgaste da alma de quem se importa
Momentos que não voltarão jamais
Para a mãe que tem nos braços a criança morta

Não adianta a procura de culpados
Quando o mundo inteiro está doente
Muitos dizem que estão preocupados
Mas tamanha dor é inerente

Há quem precise sofrer para dar valor
A tudo aquilo que lhe foi confiado
Seria bem mais fácil sem tanta dor
Se o homem buscasse ser perdoado

Sofremos de uma doença moral
Somos parte de uma grande provação
E embora o mundo seja tão desigual
Hoje pulsamos num mesmo coração.

Uma poesia de apresentação

Essa poesia de minha autoria foi a campeã do XXI Concurso Nacional de Poeisa promovido pela ALAP-RJ no ano de 2010. Ela me rendeu bons frutos, mas sua maior virtude é sintetizar em poucas palavras, tudo aquilo que compreende o que eu sou.

O meu prazer

Eu sou aquele que chora de alegria
Componho versos em plena melancolia
Venço os meus maiores medos
Despejo no papel os meus segredos
Faço sentir melhor os sofredores
Uno com palavras grandes amores
Tenho fé no futuro das nossas crianças
Sou um sonhador, vivo de esperanças
Tenho sede de provar o meu valor
De bradar a todos sobre o meu amor
Meu coração acelera perto da mulher amada
Sorrio até quando não se pode dar risada
Acredito na vinda de novos tempos
Aproveito a vida em todos os seus momentos
Sou ladrão de ventos, já roubei a tempestade
Colho sorrisos, plantando felicidade
Faço da pedra bruta nascer uma flor
Protagonizo a minha vida, sou um ator
Acredito na beleza do amor verdadeiro
Não sou o último, nem o primeiro
Eis a minha identidade nada secreta:
Muito prazer, eu sou poeta.

Bem-vindos ao blog!

É necessário muita concentração. É preciso saber que tudo aquilo que sai de dentro de nosso coração, algum dia atingirá o coração de outro alguém, que com certeza precisará mais destas palavras de consolo que nós. Assim é com aqueles que escrevem. A cada linha uma nova mensagem, a cada nova letra, um turbilhão de emoções que invadem o pensamento carregando a essência daquele que escreve, mesmo que de forma inconsciente. A cada ponto, um sinal de que devemos ponderar, parar e refletir sobre o que acabamos de ler e absorver. A cada vírgula, uma recuperação de fôlego para continuarmos a captar a tão esperada mensagem.
É o dom mais cruel que existe. Sim, ele castiga. Não há sombras de dúvidas quanto a isso. A cada palavra proferida de forma equivocada, há inúmeras pessoas dispostas a criticar. Entretanto, tudo isso é superado quando vemos o brilho no olhar de uma pessoa simples, que se sente melhor após ler o que foi escrito, ou apenas ouvir as palavras tão bem ditas.
Certa vez quando participava de um Concurso de Poesia, estava extasiado com mais uma vitória, sem me dar conta do que aquilo significava. Estava tão feliz, que o resto para mim era apenas o resto. Foi quando, passando por entre as pessoas que me saudavam pela vitória, uma senhora muito humilde segurou em meus braços e me disse uma mensagem da qual não conseguirei me esquecer até o fim de meus dias: "meu filho, continue fazendo isso que você faz, não perca esse seu brilho e seja sempre muito feliz, pois você tem o dom de emocionar as pessoas"
Para mim bastava. Não há coisa melhor do que sentir que de uma forma ou de outra, aquilo que escrevi inconscientemente fizera bem a alguém tão especial. Já pensava que minha lição havia se acabado naquele dia, mas o dia seguinte me trouxe mais emoções. Em outro concurso que participei, fui mais uma vez parado por duas senhoras, que por acaso me disseram algo muito parecido com o que ouvira no dia anterior. Pude perceber que eu era capaz de ajudar e alegrar as pessoas com o meu dom. Sentia que tudo aquilo que saía impresso no papel, não era nada mais que um grito do meu coração que se sentia tão calado, e no final acabava alegrando a outras pessoas que precisavam de um pouco de palavras de consolo e de amparo.
Todavia, tento buscar chances e oportunidades de fazer isso com mais frequência. Percebi que minhas palavras consolavam as pessoas, mas amargava a culpa de que isso só se repetia algumas vezes no ano quando participava de concursos. Acabei me dando conta de que esses concursos não significavam nada mais para mim, visto que eu já lograra os melhores resultados em todos eles. Foi aí que tive a ideia de criar esse blog.
Nele, espero fazer reflexões acerca das situações que eu passar, misturando poesia com prosas, rimas com versos brancos, trovas com frases, sem nunca me esquecer da razão pela qual escrevo: aliviar o coração de quem se sente infeliz, seja lá por qual motivo de infortúnio.
Espero do fundo do meu coração que apreciem, e se em algum momento eu estiver equivocado, não hesitem em me chamar atenção pois é de tanto errar que se aprende. Tenham uma boa leitura!