sábado, 28 de julho de 2012

Adeus, pássaro negro


Adeus, pássaro negro, adeus
Leve consigo toda essa escuridão
Vá de uma vez ter com os seus
No vale das almas sem coração

Vá embora, leve a tristeza
Que amaldiçoou a primavera
Vá, vá seguindo a correnteza
Porque aqui nasce uma nova era

Os dias despertam com vontade
As noites só vêm com boemia
E isso não é nem a metade
Da origem de tanta primazia

As flores respiram a suavidade
Do drama que ficou sem atriz
Vá, pássaro negro, vá de verdade
Porque aqui já é hora de ser feliz.

Dialogando com o medo


Sirenes! Luzes! É a polícia!
O medo se instala na sala
Há ruídos do lado da milícia
Vai chover bala!
Abaixar! Deitar! Se esconder!
É perigo iminente na porta
O sangue já vai escorrer
De tanta gente morta.
Vai descer pelas escadas
Do morro enfurecido
Quantas emboscadas!
Quanto bandido!
Desespero! Meu Deus! Está perto!
Se escondem nas vielas
Numa guerra ninguém está certo
Deus proteja as favelas!
Já furaram as paredes
São balas de metralha
Meu Senhor, vedes
Quanto homem canalha!
Nossa Senhora Mãe de Deus
Meu Oxum valente
Salve, Zeus!
Salve a nossa gente!
Estão do lado de fora
Vão invadir o barraco
É nessa hora
Que se vê quem é fraco.
Tanta vida desperdiçada
Cinco filhos para criar
Vida covarde e amaldiçoada
Os bandidos vão entrar.
Não mate! A súplica derradeira.
Pode se esconder na cozinha
Tem água na geladeira
Depois de dez prestações ela é minha!
Já abaixei! Já estou escondida!
Cuidado! Atrás da janela!
Vai acabar tendo bala perdida
Já está na hora da novela!
Anda! Corre! Atira! Se esconde!
Taxaram fogo no matagal
Os tiros vem não se sabe de onde
Já se sente o calor infernal.
Pronto! Vai embora de uma vez!
Ufa, parece que a polícia controlou
Essa foi pior que a do último mês!
Pega a cerveja que o jogo já começou

terça-feira, 24 de julho de 2012

Amar é...


Verbo, sentimento, clichê
Loucura, ação, expressão
Risada, lágrima, você
Tesão, carinho, traição

Perfume, eu, olhar
Silêncio, sexo, grito
Dor, saudade, cantar
Calma, tristeza, agito

Universo, poesia, tudo
Voraz, admiração, nada
Segredo, casamento, surdo
Aliança, votos, amada

Adjetivos, verbos, ações
Romance, ágape, cantada
Alma, corpo, corações
Amor, amor e mais nada.

Eu fui feliz nessa vida


Um sorriso de alegria no rosto
Um olhar de imensa afeição
Um gesto, um aroma, um gosto
Felicidade e amor no coração!

A vida é sempre mais completa
Quando regada com amizade
É destino e obrigação do poeta
Viver com alegria e humildade!

Mulheres, futebol, verão, piada
Amor, versos, samba, dança
Festa, sorriso, paixão, risada
Música, restaurante, vida mansa!

Cantar a alegria da vida é viver
Cada dia como se fosse uma despedida
Para no fim dos dias poder dizer:
- EU FUI FELIZ NESSA VIDA!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

7º Sarau da Confraria da Poesia Informal



Allan Filho canta "Eu sei que vou te amar" e Filipe Medon declama "Soneto de Fidelidade" no 7º Sarau da Confraria da Poesia Informal, realizado em Petrópolis no dia 18 de Julho de 2012.

Espera...


Doce apreensão
Forte espera
Latente tensão
E mais espera...

Suave medo
Bruto aguardo
Salvo segredo
Pesado fardo

Aguarda, espera
Paciência, espera
Calma, espera
E mais espera!

Exaspera
A fera
Quem soubera...
Quem dera...
Acabar
Com essa espera!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Um toque de magia




Toda vida requer um toque de magia
Um abracadabra, palavras estranhas
É preciso um pouco de segredo e fantasia
Para realizar as nossas façanhas

Um gole de poesia é mais que recomendado
Um trago de alegria é obrigação.
Como viver tão emudecido e calado
Sem deixar falar a voz do coração?

Confiança é pressuposto de guerra
Humildade é farda de glória eterna
É necessário o amor pelas coisas da terra
E não dar um passo maior que a perna

É preciso, portanto, muita paciência
Para saber viver com tranquilidade
Num toque de magia e obediência
Tudo vem com a maior naturalidade!

Um sentimento nascido nas flores


Louca aventura, um riso ardente
Um olhar tímido, quase disfarçado
Uma mulher: sedutora e atraente
Um homem: bobo e enfeitiçado

Nas posições do corpo, loucura
Nos pés pequenos, fantasia
Nas pernas frágeis, abertura
No amor instantâneo, poesia

De pele áurea e unhas mal feitas
No cheiro do xampu tão conhecido
A congregação de todas as seitas
De uma paixão, de um fogo contido

Na castanheza dos cabelos dourados
Calafrios, sussurros, arrepios, olores
E no tremor das pernas finas, recados
De um sentimento nascido nas flores.