quinta-feira, 29 de março de 2012

(D)Eficiência

Certas pessoas carregam consigo
O fardo de enfrentar uma deficiência
Muitas vivem num constante perigo
Outras contam com o amparo da ciência

Um cego não pode ver o amanhecer
Um surdo não pode ouvir a sinfonia
Um cadeirante não pode correr
Um mudo não pode cantar sua alegria

O preconceito é real na sociedade
Acham que ser deficiente é ser inválido
Menosprezam o poder e a capacidade
De um homem pelo fato dele estar deitado

Somos todos iguais, deficientes ou não
A deficiência está na maneira de se pensar
Um desalmado que não tem coração
É tão deficiente quanto um que não pode andar

É preciso ter cuidado, tratar com igualdade
Nossos irmãos ditos doentes e aleijados
Pois no fundo da alma a grande verdade
É que somos todos deficientes pelos nossos pecados.

Saudade

Sentimento puro, enquanto doloroso
Derrama prantos, mas colhe sorrisos
Traz um amparo fraterno e bondoso
Recorda as lembranças e os risos

Lancina... Dói demais no coração
Fratura o tino, atinge a alma
Arranca a raiz, retira-nos o chão
É preciso manter a calma!

Ah, quão amarga é a saudade!
Quão doce ela pode se tornar!
É tudo uma questão de paladar!

Mas como conter essa dor de verdade?
Como não chorar? Como não se desesperar?
É preciso saber amar sem muito se apegar. 

terça-feira, 27 de março de 2012

Ser Cristão

Despe-te da farda do orgulho e do preconceito
Afasta-te do vício que te leva ao medo
Procura enxergar a qualidade e não o defeito
Faze o bem, mesmo que em segredo

Cobre-te com o manto da pura caridade
Desapega-te dos excessos e da riqueza
Vive a tua vida pelo bem da humanidade
Aprende a consolar as lágrimas de tristeza

Torna a humildade a tua grande virtude
Faze do teu dia uma seara de benfeitorias
Dize uma palavra que ensine a juventude
Mostra um sorriso, transparece as tuas alegrias

Sepulta o egoísmo que te aflige
Semeia com verdade, colhe o perdão 
Faze do amor o sentimento que te dirige
Vive da caridade, sê, enfim, Cristão.

domingo, 25 de março de 2012

O tempo

Relógio, ampulheta, ponteiro
Futuro, presente e passado
Hora, dia, mês, um ano inteiro
E tudo parece ter recomeçado

A roda gigante nunca para, tudo passa
Mas as marcas são permanentes
Chagas de um tempo que caça
Aqueles inertes sobreviventes

O homem vive à mercê dos segundos
Torna-se escravo do relógio digital
Que transcende a união dos mundos
Numa loucura cotidiana e habitual

Vive preso na sua própria escravidão
Ele se escraviza e se deixa escravizar
Sem saber que de nada importa a sua opção:
Pois o tempo não pode parar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Brasil precisa de nós

Como sempre, meu dia começou da mesma forma. Era manhã, estava indo para mais um dia de escola. Essa rotina já se tornara habitual, pois já estava no terceiro ano do Ensino Médio.
Cumpri minhas tarefas matinais e fui para a escola com meu pai e minha irmã. Já estava quase chegando, quando me deparei com uma cena nada habitual. Uma cena que me chamou muita atenção e que me fez escrever esse texto.
Na rua que dava acesso a minha escola havia um senhor parado com uma placa na mão. Trajava roupas simples, deveria ser mais um homem humilde do povo. Entretanto, ele não era apenas esse homem humilde do povo. Era mais. Ele carregava uma placa que dizia o seguinte: “Jovens, por favor, estudem! O Brasil precisa de vocês.”
Minha atenção foi despertada. O que levaria um velho homem a acordar tão cedo e se dirigir para a rua que dá acesso a uma das maiores escolas da cidade com uma placa na mão? Muito provavelmente ele não veria os jovens aos quais ele se referia construírem algo de fato, por causa de sua idade avançada. Eis a minha curiosidade.
Aquela simples placa escrita com caneta pilot e colada com fita adesiva carregava as palavras de alguém disposto a causar alguma mudança no mundo, a partir de jovens sonolentos que passavam por ele rumo à escola. Ele não participaria desse mundo a ser construído por esses jovens, mas mesmo assim gostaria de perceber uma mudança. Considero um sinal de abdicação e de bondade querer um país melhor para o seus descendentes. Uma verdadeira prova de amor.
O grande questionamento que me faço é se esses jovens estariam dispostos a estudarem para construir esse novo Brasil. Será que eles atenderiam a um pedido de um homem tão simples no final de sua vida?
Ele estava muito certo. Talvez possa nunca ter estudado e adquirido conhecimentos intelectuais, mas se discerne das outras pessoas por sua sabedoria. Por isso, os jovens que passaram por ele, assim como todos os outros, deveriam dar valor às suas palavras.
Os jovens do Brasil têm que se conscientizar que a formação de uma nova sociedade, a sociedade do futuro, depende da boa instrução e dos valores adquiridos por eles agora. No amanhã, seremos nós, jovens, os autores da história. Construiremos o mundo, mas para isso temos que estar preparados, e a educação é a pedra fundamental para a concretização desse sonho. Ele há de se tornar realidade.
Tudo o que os jovens de hoje precisam é de uma boa inspiração como a daquela simples placa carregada por um senhor humilde. A educação é o estopim para o progresso dessa nação. Não me refiro a educação intelectual somente, mas também àquela que leva ao conhecimento e a sabedoria. Apoiados uns nos outros, os jovens construirão um belo futuro para o Brasil. A ordem será a chave para o progresso.
Só falta conscientização, inspiração, determinação e união para que os jovens de hoje façam aquilo que aquele homem pedia, atendendo às necessidades do país e conquistando um mundo melhor para os seus descendentes.

terça-feira, 20 de março de 2012

Superpopulação

Tantas pessoas, pessoas demais
O mundo não mais comporta
Para o governante tanto faz
Ver um faminto à sua porta

Malthus diria: Eis o fim da humanidade!
Estamos acometidos pela superpopulação
Entretanto eu afirmo com muita humildade
Que estamos longe de nossa extinção!

Ainda há muita coisa por acontecer
Muitas palavras a serem ditas
Existirá esperança no amanhecer
Se as preces de hoje forem infinitas

Há que se preservar a natureza
E os famintos devem ser saciados
Para que não haja mais pobreza
Nem olhares carentes desesperados.

segunda-feira, 19 de março de 2012

The sun shines

The sun shines right across the horizon
Hope can be seen by the sharpest eyes
There is a relief in the shadows of poison
The blackbird ends with the darkest lies

A whole new world becomes real
As the ice melts with the fire of souls
Broken wings should make a deal
To get repaired fot the wind that blows

The future is near, here comes the sun
Its lights will dazzle the purest revelation
There will not be anywhere to run:
There should be a war against segregation

The new horizon comes along with happiness
The blackbird sings the colours of the skies
Little does humankind know that the real sadness
Is to live without love inside our eyes.

domingo, 18 de março de 2012

Youth reunion

Beneath the hidden stars in the sky
Lie the secrets of an entire generation
They all wish that they could fly
And fight against segregation

Gathering strengths they are stronger
There should be a common thought
The road could take them much longer
If once they had fought!

Reaching the crossroads of life - they go 
Choices are up to be made
As far as all of them know
Their destiny is willing to fade

But they have to fight this war
With conscience and an open heart
They are able to reach much more
If everyone does their part. 

Minha obra

Meus textos não são de minha propriedade
Minhas palavras não aliviam minha dor
Meus versos transformam a realidade
Através de um sentimento chamado amor

Há que se lograr tocar o mundo
Com pensamentos e ideias formuladas
Num desejo e num anseio profundo
De tornar as pessoas consoladas

Uma palavra atinge uma pessoa
Um verso tangencia uma verdade
Um poema torna-se uma coisa boa
Quando constrói uma nova realidade!

O mundo é o proprietário mais elevado
Que compreende as palavras do poeta
Transformando um pensamento errado
Numa benfeitoria real e completa.

Numa festa qualquer...

Hoje eu vim aqui buscar a alegria
Ver o povo inteiro levantar da mesa
Dançar até raiar o sol do novo dia
E espantar qualquer forma de tristeza

É hora de cantar a felicidade de viver
Brindar a esperança que se renova
Levantar a poeira e agradecer
Que podemos fazer uma vida nova!

Devemos convidar as amadas à dança
Deixar de lado toda timidez e vergonha
É preciso voltar a ser criança
E encarar o mundo além da fronha!

Ser feliz não tem preço!
A vida é a celebração da felicidade
Vamos esquecer os problemas
E ser felizes, numa noite, por toda a eternidade.

O elo perdido

Procura-se um elo perdido
Que uniria dois pensamentos
Eis a fusão dos momentos
Como a cartilha havia pedido

Desde quando somos assim?
Desde quando os heróis sumiram?
Estaremos fadados ao fim?
Por que os grandes não se uniram?

A fábrica de heróis parece estar quebrada 
Ou quem sabe tirou uma licensa
E deixou a direção atormentada
Nas mãos de alguém que não pensa 

Devem ter interceptado a cegonha!
Os herdeiros desse mundo não nasceram
Apenas os mais velhos conceberam
Um mundo louco e sem vergonha!

Onde estará a fórmula secreta?
Quem esconderá o segredo da humanidade?
Esperamos por um elo perdido
Que possa nos revelar a verdade.

sábado, 17 de março de 2012

El encuentro

La luz dulce de tu mirada
Sale solita por el camino
La naturaleza encantada
Lleva los sueños de niño 

Regalos de una vida llena
De felicidad y pasión 
Sí, ella es más que buena
Hay que oír la voz del corazón 

Su fuerza es como un beso
Que nunca pierde la energía
La magia del chico sorpreso
Es la más grande alegría 

La naturaleza y tu mirada
Se encuentran en el mundo
Pues en el sueño de la llegada
¡Ocurre el beso más profundo!

sexta-feira, 16 de março de 2012

A máscara da inverdade

Esconde-se por detrás dos montes
O segredo da inspiração humana
Na busca pela conquista dos horizontes
Numa realidade sagrada e profana

O comedimento nas palavras existe
A polidez nas atitudes é real
No teatro da vida se transmite:
O homem ainda busca ser racional!

Age por instintos, fere sem piedade
Diplomacia o auge de sua hipocrisia
Numa face que oculta a verdade
De quem não atinge a sabedoria

Intangível aos olhos pouco atentos 
A fantasia corrompe a sociedade
Por entre os heróis e os sedentos
Que se escondem sob a máscara da inverdade. 

Uma dura realidade

Casas só de tijolo à beira da estrada
Meninos armados na entrada do morro
Homens famintos dormindo na calçada
Doentes nos hospitais suplicando socorro

Mundo triste, realidade que excrucia
Fruto da ambição desmedida do homem
Que no auge de sua hipocrisia
Entrega-se aos vícios que o consomem

Mortos que não têm um jazigo
Deficientes delegados à impotência
Famílias inteiras que não têm um abrigo
Estudantes que não conhecem a ciência 

Será que vale a pena nascer assim?
Num mundo corrupto e sem sentimento
Questiona-se se haverá um fim
Para tanta dor e sofrimento

Mas enquanto o homem não acreditar
No potencial escondido em si mesmo
Estará fadado a fracassar 
Por sua impiedade, perdido a esmo.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Meu arsenal

Respondo com muita poesia
A quem julga o meu dom
Tripudie, deboche e ria
As palmas calam o teu som 

Acham esquisito ser escritor!
Dizem que é apenas frescura
Isso se chama falta de amor 
Para quem não tem ternura

Escrevo porque sinto emoção 
Diante das belezas da vida
Diferente dos que abafam o coração 
E sentem prazer em macular ferida

Sou poeta, digo com orgulho no peito
Sou vencedor, peço um pouco de respeito
Se não tenho admiração, não faz mal
O desprezo faz parte de meu arsenal! 

domingo, 11 de março de 2012

Anoitece

Gotas de orvalho
Roçam meus pelos
Escorrem no galho
Molham meus cabelos

O pássaro se esconde
No calor de seu ninho
Não sei de onde
Canta sozinho

A chuva cai no quintal
Encharca a terra
O plic-ploc é igual
Toda vez na Serra

Então anoitece
É hora de descanso
(O poeta agradece)
- Mais um dia manso!

Antítese

Doce e salgado
Branco e preto
Falante e calado
Poema e soneto

Tristeza e alegria
Calor e frescor
Noite e dia
Ódio e amor

Sombra e luz
Coragem e medo
Diabo e cruz
Fofoca e segredo

Liberdade e prisão
Lucidez e loucura
Pedra e coração
Doença e cura

Adulto e criança
Português e Matemática
Gula e temperança
Antipática e simpática

Passado e futuro
Presente e ausente
Claro e escuro
Rebelde e obediente

Atacante e goleiro
Parte e todo
Dezembro e janeiro
Muro e lodo

Direita e esquerda
Flor e espinho
Conquista e perda
Água e vinho

Antítese perfeita
Verso paradoxal
Figura estreita
Poema ideal.

sábado, 10 de março de 2012

Em noite de lua cheia

Com amor e com afeto
Escrevi versos na areia
Sentia-me incompleto
Em noite de lua cheia

Brilhavam as estrelas
Gorjeavam as gaivotas
Jurei não esquecê-las
Riam de mim os idiotas

Foi quando a areia virou lama
Com a chuvinha teimosa
O afeto tornou-se drama
Que noite maravilhosa!

Molhado, lancei-me ao mar
Ouvi: - Não me ofenda!
Era Iemanjá a me criticar 
Por não levar oferenda

Pedi desculpas à Rainha
Pela minha indelicadeza
É que aquela chuvinha
Causava-me estranheza

Era moço da cidade
Nunca vira chuva no mar
Estava ali na verdade
Esperando o tempo passar

Eis que ela me pede perdão 
Mandando-me uma sereia
Que roubou meu coração 
Naquela noite de lua cheia.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Doce guerreira - Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Doce guerreira

Tens a fibra de nunca desistir dos sonhos
E a coragem de perseguir teus ideais
Carregas a força por entre teus lábios risonhos
Falas pelos teus olhos, transmite sinais

Concebes uma vida em teu corpo sem reclamação
Abdicas muitas vezes de teu próprio gosto
Como prova do teu amor sem limitação
Só deixando cair lágrimas de felicidade do teu rosto

Inspiras os melhores versos dos poetas
És, pelos homens, a coisa mais amada
Exalas o perfume da rosa e de suas pétalas
Através de tua beleza sutil e delicada

És a fonte primária de toda a inspiração
Darás a luz ao maior amor que houver
Doce guerreira, do mais nobre coração
Teu nome é mulher.