terça-feira, 29 de outubro de 2013

Tudo renasce

Há dias em que o sol não nasce
Simplesmente não desce do céu
E mesmo que o sistema abortasse
A lua o encobriria com seu véu

Há dias em que não há estrelas
Não adianta ir ao céu procurá-las
Se, de dentro, não se pode vê-las
Devem estar bailando em outras salas

Há dias em que a vida se desespera
E a morte parece mais perto
E vem o momento da espera...

Mas nada há de ser mais certo
Que a certeza que nos traz a primavera:
Tudo renasce: o sol lá longe, o amor aqui perto.

domingo, 13 de outubro de 2013

Descarreguemos as baterias!

Quando as forças parecerem se esvair
E o cansaço bater à porta, rudemente
Não deixe o fracasso te subtrair
Acene e bata a porta, delicadamente

Quando o sorriso se fizer de difícil
E a saudade sufocar no peito, aprisionada
Dispare do coração poderoso míssil
Com um beijo-torpedo para a pessoa amada

Quando o desânimo tentar se impor
E a desesperança se tornar quase realidade
Faça as suas tarefas com um pouco mais de amor
Que a vida retribui com deliciosa reciprocidade

E quando, por fim, os olhos sucumbirem
Adormeça sem irritação, leve e manso
Não deixe a ansiedade e a vontade te traírem
Afinal, todo mundo merece um pouco de descanso!

sábado, 21 de setembro de 2013

Independência ou Morte


Independência ou Morte

O brado do Ipiranga foi silenciado
Voltamos ao passado colonial
Embora não tenhamos reinado
Nem a soberania de Portugal

Ainda somos dominados e explorados
Pelo canhão opressor da injustiça
Hoje vemos revolta de todos os lados
E a forte repressão da polícia

Apesar da escória do vandalismo
E das chagas da falta de unidade
Temos que enxergar o abismo
Entre as classes de nossa sociedade

Quando Pedro empunhou sua espada
Num ato simbólico de amor à terra
Provou seu apreço pela pátria amada
Mesmo que isso custasse uma guerra

Quantos de nós empunhamos nossas convicções
E lutamos por um Brasil de esperanças?
Quantos de nós combatemos as opressões
E damos um futuro digno às nossas crianças?

Nas urnas podemos mudar o futuro
E acabarmos com tanto recesso
Um povo que vive no escuro
Só pode ter medo do seu Congresso

Através da paz, do protesto bonito
Da luta eleitoral e do grito febril
Podemos por fim a esse conflito
E resgatar a soberania do nosso Brasil

Temos que lutar pela Independência moral
E acreditar que a mudança não depende da sorte
Para aniquilarmos a chaga do mal
É preciso bradar, novamente: Independência ou Morte!


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Um grito de liberdade


Liberdade
Das algemas e dos grilhões
Liberdade
Das bombas e das mutilações

Liberdade
Das tropas e dos batalhões
Liberdade
Das guerras e dos canhões

Liberdade
Das violências e das opressões
Liberdade
Das injúrias e das dilacerações

Liberdade
Dos medos e das humilhações
Liberdade
Das riquezas e das nações

Liberdade
Dos ricos e dos fodões
Liberdade
Das armas e das poluições

Liberdade
Das trevas e das maldições
Liberdade
Das amarguras e contradições

Liberdade 
Das discórdias e das violações
Liberdade
Das migalhas e das corrupções

Li ber da de
Li ber da de
 Li ber da de 

Será que custa muito, um pouco de liberdade?

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O céu sírio


No céu sírio sofrem as estrelas
Incomodadas com mísseis e foguetes
No chão sírio... Como não vê-las...
Crianças ao chão com químicos porretes

Há flores mortas, acidificadas
Não há mais que armas no poente
Há lágrimas que escorrem demoradas
Enquanto corre um teatro no ocidente

O céu sírio mais se parece com seu chão
Bombardeado pelo egoísmo feroz
De homens que se dizem líderes da nação
Mas que um dia terão o nome: algoz!

Caem as estrelas, misturam-se ao chão que cede
A guerra é fruto da falta de diálogo e ganância
E em meio a tudo isso, uma criança pede:
-Quero viver, em paz, a minha infância.

domingo, 18 de agosto de 2013

Mais uma condução

Embarco apressado na condução
O relógio parece me desafiar
O tempo passa feito um furacão
Mas só a inércia me faz movimentar

Estático, observo os passageiros
Cansados pelo tardar do dia
Passado um ponto, descem os primeiros
Entram novos, renovam a energia

Por entre os freios bruscos e inesperados
Queixam-se as velhas de artrite e artrose
Resmungam os novos, inconformados
Com mais um surto da nova virose

A cada curva um velho horizonte
Que se repete no correr da rotina
E no trepidar da mesma ponte
Sinto o temor da pequena menina

Tudo parece seguir a mesma velocidade
Repete-se o trem em cada estação
Quando penso que atingi a liberdade
Apenas salto, distraído, e dou com a cara no chão.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Uma aventura à quatro línguas


Yo te aimerai always

Je dirai que tu ne m'aimes pas
Diré que tu no me amas
Dirai que tu es là-bas
E que te deitas em outras camas

Appellerai pour ton prénom dans la rue
Chamarei por ti nas ruas
Be sure I will be calling you
 Las voces que escucho son tuyas

Je serai un etèrnel romantique
Serei um romântico eterno
You cannot say that I am weak
 Porque por ti voy y vuelvo al infierno

Y si tu piensas que no te quiero
Loving you is my only aim, listen to my claim:
Saibas que para todo sempre te espero
Sache que pour toujours je t'aime!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Será que algum dia saímos do mundo do Grande Irmão?




De volta aos tempos do Grande Irmão
O povo se apresenta em tempo real
No palco das ruas, impera a multidão
No privado, a espionagem internacional

O que antes silenciava entre quatro paredes
Hoje é exposto com a maior facilidade
Por aqueles cibernéticos das redes
Que invadem a tal privacidade

Paparazzo, no plural paparazzi
Espiões, serviço secreto
Desde o Acre até Benghazi  
Quem dirá o que é correto?

Grampos não são só para cabelos
Fotografias não são para memória
Não adianta tentar escondê-los:
Todos os fatos viram História

Mundo da informação e da tecnologia
Onde nada escapa de verificação
Benvindo a esse novo mundo de orgia 
Se é que saímos do Grande Irmão...

sábado, 13 de julho de 2013

Ser homem, ser humano


Ser estranho esse tal de humano
É um ser ou não ser em questão
Um aventureiro em auto-engano
Pecando em busca do perdão

Cospe palavras aleatórias
Sem medir as consequências
Vive a construir novas histórias
Ocultando velhas reminiscências

Joga um jogo sem vencedor
Enfrenta o medo sem coragem
Luta em guerra por amor
Sem amar sua própria imagem

Feroz, traiçoeiro, covarde e herói
Forte, valente, guerreiro e vilão
De todas as dores, a que mais dói
É ser homem e saber dessa condição.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Amor de poeta não se mata com tiro! - Diálogo com Drummond



O leiteiro de Drummond perdeu a vida
Sem qualquer chance de rendição
Do tiro, restou a bala, a ferida...
A morte pela sua própria condição

Morremos a cada dia, como o leiteiro
Quando não expressamos o sentimento
Que invade o nosso corpo por inteiro...
Morremos sempre e a todo o momento!

O segredo da vida está em assumir o seu amor
E diante do mundo ser como um gatuno
Que diferente do leite, é vivo, tem cor
E age sem esperar momento oportuno

É preciso dar voz ao grito do seu coração
Dizer à amada: És o ar que eu respiro!
Pois diferentemente do leiteiro ou do ladrão
Amor de poeta não se mata com tiro!

domingo, 23 de junho de 2013

Reportagem no Diário de Petrópolis, 23/06/2013


Reportagem sobre Filipe Medon no Jornal Diário de Petrópolis do dia 23/06/2013.
Petrópolis-RJ.

É com enorme satisfação e orgulho que, pela primeira vez, meu blog é indicado pela mídia. Fruto de muita inspiração e dedicação, este blog é a coleção de tudo aquilo que tenho escrito recentemente, apesar do pouco tempo que tenho para me dedicar a ele.

 Fico muito feliz de saber que a minha arte, mesmo que de grão em grão, tem chegado às pessoas. É muito gratificante o carinho que o público tem tido com as minhas palavras. Espero poder retribuir à altura, continuando a provocar reflexões e a emocionar os leitores!

Que esta seja a primeira de muitas indicações!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O grito da Geração 90



Poema declamado no dia 16/06/2013 por Filipe Medon no Sarau da Confraria da Poesia Informal dentro da programação do Solstício do Som 2013, na Praça da Liberdade - Petrópolis-RJ.

O grito da Geração 90


Os novos revolucionários
A nova juventude
Estão nos mesmos cenários
Caçando virtude

A nova classe média
Empunha seu cartaz
Não é mais comédia
O palhaço ficou para trás

O bagulho é tenso
Diz o jovem de noventa
Momento propenso
Para um herói que se inventa

Ainda falta uma unidade
Um motivo, uma imagem
Com toda sinceridade...
Não é só pela passagem

O jovem está insatisfeito
Com tamanha injustiça
Um Estado de Direito
Não abusa da polícia

Onde estará a democracia
E a garantia da Constituição?
Será apenas ideologia?
Copa, Olimpíadas, Circo e Pão?

O jovem quer falar
Quer exercer a vitalidade
Quer sexo, paz, quer amar
Quer um brado pela insanidade

Mas ainda falta uma liderança
Que congregue a multidão
É como adormecer a criança
No olho do furacão

A juventude soltou o seu grito
Não adianta gás lacrimogêneo
Polícia, bombeiro, conflito
A sede de justiça é nosso oxigênio

Ineficazes são as balas de borracha
E o velho spray de pimenta
Os jovens que estão em marcha
São os bravos da geração noventa

Que a luta não termine em morte
Que a voz não se cale com o fuzil
O jovem não foge à luta, é forte
É filho da Pátria Amada, Brasil.

(Filipe Medon)

domingo, 9 de junho de 2013

A lembrança da mulher amada


Ainda lateja a lembrança dos dias de esperança
Quando eram reais o sonho e o desejo
Gostosa e doce aventura de criança
A desbravar as fronteiras de um beijo

Conquistador, empunhava sua espada
Erguia seu brado de sonhador irreparável
Duelava contra o medo de sua amada
Vivia um sonho feliz, doce e afável

Perdia-se no oceano castanho da paixão
Navegava nos mares ocultos da voracidade
Suas mãos eram volúpias em erupção
A percorrer os caminhos da sensualidade

Os dias passaram, os sonhos se esvaíram
Feito fumaça que arde na mão calejada
Sua vida e seus dias se reconstruíram
Mas ainda permaneceu a lembrança da mulher amada.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A essência do romance: homem e mulher, colombina e pierrot


Os corpos unidos em forma de poesia
Tamanha voracidade não cabem na cama
As cobertas se perdem em noite de heresia
Mas não faz mal para quem tanto ama

O desejo se confunde com a marca nos lençóis
Os olhares se perdem, multifacetados
São raios intensos como dois sóis
Espelhos que refletem a alma dos apaixonados

Passada a noite de volúpia e desejo
Amanhecem os dois em histeria profana
Muito mais que despertar com um beijo
A paixão é uma sanidade insana

Café na cama dividido nas bocas frias
Geleias de fruta com doce de brigadeiro
Volve ao peito os pulsares em euforias
A cama se torna novamente um picadeiro

E nesse circo de palhaços despidos
A noite se transfigura feito magia
E dentro da cartola: seios e braços, os dois perdidos
Amam-se em beijos, toques e fantasia!

A locomotiva do mundo: abelha nos sonhos de um elefante


Roda-gigante impassível de mudança
Eixo que se torna foco principal
Sonho que se torna ironia de criança
Anseio humano que se torna animal

Um tornar-se tão irresistível e louco
Que altera, muda, transfigura enfim
Faz do grito áspero e tão rouco
Um brado suave ao som do clarim

Mundo, planeta, sociedade, sistema
Rodamoinho, giro circular errante
Senhor do tempo e do problema
Abelha nos sonhos de um elefante

Na abstração se enclausura, faz morada
O egoísmo do não querer transformação
A massa, o ser, a mente tão conformada
Aceitam a passagem da locomotiva opressora do mundo, sem reação!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Inquietações poético-filosóficas


Ser ou não ser: eis a questão!
É preciso sair da caverna escura
Enfrentar as palavras de Platão
E chegar ao mundo da loucura

É preciso ter cuidado nessa vida
Em busca de uma vã Filosofia
Olhar com cautela a ferida
E enfrentar as vozes da sabedoria

Mas quem me convidou para o banquete
Onde comem os filósofos do passado?
É como se cantasse em falsete
Numa mesa onde se come calado

Sócrates, Aristóteles, Rousseau
Que me perdoem... São todos "difícils" (e cheios de vícios)
Que os sábios leiam Heidegger e Foucault
Pois apesar de tudo sou poeta: ainda prefiro Vinícius!

Monologando com a existência


Pediram-me: Não vá! Não busque a felicidade!
Era necessário fincar os pés sobre a ignorância
Não vá! Não busque conhecer a verdade!
Era preciso manter meu espírito ainda na infância

A despeito das negativas e ameaças de choque
Saí em busca do conhecimento perdido
Fui afastado sem nem mesmo um toque
Pela vibração do meu destempero corroído

O sagrado se travestia de profano
A razão se mancomunava com o sentimento
Círculos concêntricos de um mesmo auto-engano
A explicação da palavra não servia de alento

Foi quando me prostrei diante da minha cruz
A cruz do medo, do egoísmo e do orgulho vilão
Pecar contra si mesmo é fogo que reluz
Morrer na dúvida é teimosia. Eis a minha reflexão.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Cair do seu mundinho sem aviso prévio é:


Deparar-se com o universo girando
ao entorno de seu próprio eixo,
sem parar aos seus pés, desafiando
a gravidade do seu vago desleixo.

Perceber que o mundo não estaciona
ao desejo de seu tempo precioso.
Nem mesmo adianta pedir carona
para recuperar o tempo ocioso.

O mundo é como roda-gigante
a girar em velocidade incontrolável.
Não para nem por um instante:
Vomita suas imposições – Irreparável!

Dar-se conta da sua própria pequenez
diante das coisas e da sociedade...
Perceber que ninguém espera sua vez...
É um baque. É um choque de realidade!

domingo, 17 de março de 2013

O Beijo da Times Square


O Beijo da Times Square

Os rádios anunciavam a plenos pulmões:
É o fim da Guerra que restava no Oriente!
Miséria, mortes, tristeza, lucro, rendições
E no meio de tudo, um beijo, somente.

O marinheiro não cabia dentro de sua euforia
Explodia de felicidade, cria na paz mundial
A enfermeira não continha sua alegria:
Em pleno Agosto celebravam o Carnaval!

Dois desconhecidos que se conheciam num beijo
Duas vidas entrelaçadas por uma conquista.
Mais que atração fatal ou desejo,
Era amor verdadeiro à primeira vista!

O mundo atômico nascia ao redor dos amantes
Enquanto o infinito para eles bastaria...
Nunca mais se veriam, não se conheciam antes
Mas aquele beijo se tornou imortal na fotografia. 

sábado, 16 de março de 2013

Petrópolis, o mais lindo dos amores!



Petrópolis, o mais lindo dos amores!

De um Córrego Seco nascia
A princesinha da bela Serra
Das mãos de Pedro florescia
A inspiração de nossa terra

Ares amenos para princesas
Terra fértil para os colonos
Congregação de realezas
União dos mais bravos tronos

Portugueses, Italianos e Alemães
Europa refeita em ares serranos
Despertar fecundo das manhãs
Política feita embaixo dos panos

Capital da política e da cultura
Berço de poetas e escritores
Terra límpida, alva e pura
Petrópolis, o mais lindo dos amores!

terça-feira, 12 de março de 2013

A Sucessão Papal: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternunra jamás.”



Estamos vivendo um período histórico. Na iminência da escolha do novo Papa, seu Pontificado deverá enfrentar não apenas a Igreja Católica e suas inúmeras divisões, como a Cúria, mas também, um mundo a beira do caos.
O novo Papa deverá ter habilidade suficiente para agir mais como um líder político do que religioso, uma vez que poderá ter papel decisivo no enfrentamento de mazelas mundiais e internas.
Um bom exemplo seria João Paulo II. Não é preciso muito conhecimento para chegar à conclusão segura de que seu Pontificado soube ser muito efetivo politicamente. Chegou a ser decisivo, de fato. Em tempos de Guerra Fria, a liderança calorosa do polonês foi firme com doçura e, ao mesmo tempo, humana e segura.
Karol Wojtyla soube reformar a sua Igreja, trazendo modernidade e ao mesmo tempo resguardando os princípios apostólicos tradicionais, sabendo se envolver com precisão cirúrgica nas questões mundiais mais desafiadoras.
A afabilidade de Wojtyla é um tanto quanto rara e é difícil que haja um papa neste século que a supere, a exemplo de Bento XVI. Um papa político, mas pouco terno. Talvez seus últimos dias e momentos em Castel Gandolfo tenham sido seus maiores expoentes de simpatia plena e doçura. O mundo pode observar o homem Ratzinger, que antes de ser um Papa, sofria na clausura de seus mais profundos sentimentos de impotência diante das mazelas que o cercavam.
Substituir um papa tão carismático como seu antecessor talvez fosse uma das maiores dificuldades que um homem já enfrentara na sucessão de Pedro, de acordo com a crença Católica. A figura sisuda e pouco espontânea do endurecido cardeal alemão ressaltava o seu lado político, sem deixar transmitir o homem que se escondia por trás das vestes papais. Quando o Joseph homem apareceu, o Bento político já havia se perdido e nessa missão árdua de liderar a Igreja é mister possuir duas qualidades: afabilidade e pulso firme.
O novo Papa terá inúmeros desafios para lidar, tais como a situação mundial dos regimes fundamentalistas das não-aceitações e as novas, perigosas e incertas ascensões ao poder de líderes como Kim Jong-un.
Entretanto, talvez o lado interno seja o mais preocupante. A Igreja Católica não é mais aquela imponente figura que imperava soberana nos séculos passados. Fieis são perdidos como ovelhas desgarradas pela falta de humanidade de seus líderes. É preciso que um pastor sábio saiba conduzir os rumos de seu rebanho, corrigindo internamente os problemas que o mundo inteiro já conhece, como as questões polêmicas da pedofilia, abusos sexuais, aborto e o próprio sexo.
A nova figura a ser anunciada no Vaticano deverá seguir os moldes não só da milenar Bíblia e da moral do Cristo, mas de um enunciado muito simples de Ernesto Guevara, o Che: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternunra jamás.” É preciso um líder que resolva os seus problemas dentro de casa com ordem e sorria com ternura para o rebanho de fieis desgarrados do lado de fora.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Recalculando


Minha arte se exila no peito
Num asilo político de sabedoria
Pleno desejo, verso bem feito
Luz branca em noite de agonia

Minhas palavras não são minhas
Erro ao usar o pronome possessivo
Possessividade exijo nas linhas
Que são minha razão, meu motivo

Entregue às duplicidades da alma
O dualismo encontra a unidade
Áspero, rude, doce, sem calma
O poeta transforma a realidade

Sem qualquer fuga ou resistência
Posso até parecer um tanto rude
Minha emoção pode ser ciência
Uso a sagacidade da juventude

Minha arte se exila no peito
Minhas palavras não são minhas
Entregue às duplicidades da alma
Uso a sagacidade da juventude.