sábado, 23 de fevereiro de 2013

Recalculando


Minha arte se exila no peito
Num asilo político de sabedoria
Pleno desejo, verso bem feito
Luz branca em noite de agonia

Minhas palavras não são minhas
Erro ao usar o pronome possessivo
Possessividade exijo nas linhas
Que são minha razão, meu motivo

Entregue às duplicidades da alma
O dualismo encontra a unidade
Áspero, rude, doce, sem calma
O poeta transforma a realidade

Sem qualquer fuga ou resistência
Posso até parecer um tanto rude
Minha emoção pode ser ciência
Uso a sagacidade da juventude

Minha arte se exila no peito
Minhas palavras não são minhas
Entregue às duplicidades da alma
Uso a sagacidade da juventude.