sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Promessas de um ano novo

Toda virada de ano é cheia de promessas
De roupas brancas e muitas superstições
Mas poucos são os que no meio dessas
Procuram a paz dentro de seus corações

Pular sete ondas, comer uvas na cadeira
Guardar sementes de romã na carteira
Tanta superstição não adianta de nada
Se o orgulho não se vai na hora da virada

A maior promessa para um ano novo
É a mudança nas atitudes, no modo de pensar
Pois não haverá alegria para nenhum povo
Se as pessoas não aprenderem a perdoar!

Que venha mais um novo ano de muita paz
Que os corações se encham de felicidade
Que o homem perceba o mal que ele faz
E que prevaleça, sobretudo, a caridade.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Meu presente de Natal

É tempo de Natal, é tempo de felicidade
Em meio às festas, aos banquetes ricos
Aos amigos ocultos e seus diversos micos
Vivemos uma mentira, ocultando a realidade

Esquecemos o real motivo dessa celebração
Jesus é apenas um enfeite nas estantes
Até os presépios não são mais como antes
Quando eram montados com o coração

Hoje tudo se resume a fartura e dinheiro
Num jogo imundo de falsidade e cobiça
As pessoas se maltratam um ano inteiro
E numa noite se acham cheias de justiça

Meu presente de Natal é bem pequeno:
Gostaria de viver num mundo de verdade
Que aniquilasse e extinguisse esse veneno
Que é a falta de amor e de solidariedade.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Jardim dos sonhos

Grandes sonhos começam em desejos
Nunca dantes foram tão profundos
Entre raios longos e breves lampejos
Chovem lírios em campos fecundos

O jardim exala – a poesia suspira
Numa profusão de sentimentos abstratos
Em que tudo parece caber dentro da lira
E de raios e lampejos tão ingratos

Entre a brusca vontade e a ansiada loucura
Sonhos rompem o céu na trovoada
Que anuncia com tanta ternura
A chuva de lírios na lira inacabada

Passados os sinais da tempestade
É chegado o tempo de estio
Há que se colher os ramos da verdade
No jardim dos sonhos que está vazio.

Abnegação

Esse é um texto poético um pouco diferente dos que eu faço... Faz dois anos que o escrevi...

Que chovam pétalas em teu jazigo. Tu, que por muito fostes meu melhor amigo, hoje é apenas página virada de um folhetim, que está muito longe do fim. Criaste ilusão em minha mente, eu, apenas um adolescente, sofri de verdade, culpa talvez do meu excesso de maturidade. Que se passem dias e noites de primavera, que o mundo amanheça numa nova era, mas que tu demores muito tempo a aparecer em minha vida, já que a deixastes tão malferida. Acabastes com o meu sonho de florir a roseira, fizestes morrer minha esperança derradeira.
Gostava tanto de ter-te no peito! Eras tão imponente e digno de respeito! Mas hoje nada mais és que brasa desinflamada, que pulsa totalmente inerte e descompassada no coração que outrora fora pulsante, mas hoje é apenas inconstante. Não me desfaço do tempo que tive por ti a admiração, mas hoje, me perdoe, és apenas uma péssima recordação.
As rosas caíram junto com as maçãs douradas do sol, meu canto silenciou-se junto ao do rouxinol. Pelas palavras vãs que lhe foram proferidas, pelas antigas e futuras despedidas, farto-me da tua insensatez, que hoje resulta-me em altivez.
Pelos poetas que sofreram por ti, te renego ao destino, hoje eu te entrego, oh despótico ditador que profere chamas fumegantes de ardor. Colhestes tantas lágrimas de desilusão, proferistes tantas palavras de desolação! Acabo tendo que dispersar-te junto ao rio dos sentimentos findados, que desaguarão em mares nunca dantes navegados.
Pelos corações que entristecestes sem pesar, pelos pobres que destruístes sem antes pensar, condeno-te a viver eternamente cercado por tristeza e melancolia, para que jamais floresças em minha poesia!
Podes ter a certeza que as lágrimas que me fizestes derramar, somente no meu passado hão de estar, pois não hei de vingar-me de quem merece desprezo e esquecimento, mesmo merecendo ser castigado pelo meu ressentimento. Chamas róseas hão de apagar às tuas costas sem nenhum aviso, e assim perceberás como é triste causar tristeza por falta de juízo.
Nada mais podes deixar senão carência, pois imaculada seja a tua indecência. És fogo que arde sem se ver, como já dizia o poeta, mas devo criticar-te pela ferida incerta. Chegam as rimas à escassez, quando sinto vontade de apresentar-te logo de uma vez.
Porém agora sinto que é chegada a hora de trocar em miúdos contigo e sepultar-te de vez em teu jazigo, ao som da marcha fúnebre de bossa nova que entoava durante a tentativa frustrada de declaração em forma de trova.
Oh, tu que és vilão em todas as histórias, oh, tu que és mocinho nos momentos infames de glórias. Pergunto-me porque és tão excruciante, deveras sendo tão alucinante e inquietante. E se homem algum há chegado perto desse místico sentimento que rima e causa dor, não vejo outra saída senão dizer: Abnego-te hoje, oh amor.

Marcas na camisa

As marcas estão gravadas na camisa
Na cor do batom vermelho sedutor
Depois de passada, torna-se lisa
Mas ainda permanece o tom do amor

Memórias de prazer gravadas na retina
Gestos de amor abrasados no peito
Quando dois amantes fogem da rotina
Em busca do que é deles por direito

É deles o jogo da libido, da sedução
Do toque, do carinho, dos beijos
Gestos eternizados numa canção
E na lembrança de insaciáveis desejos

E aquela camisa um dia amassada
Pelos instintos amantes com voracidade
Volta para o uso depois de passada
Ainda exalando o perfume da felicidade.

Testamento de um amor

Todo bem na vida tem um testamento
E com o amor não poderia ser diferente
Quando vai embora o lindo sentimento
Que um dia habitou o coração da gente

É hora de realizar o formol de partilha
Cada um segue o seu novo caminho
Herdeiros de um amor, laços de família
Que se desfazem num velho pergaminho

Aquele amor que um dia incendiara o coração
Hoje é apenas fagulha recém apagada
E aquela louca e arrebatadora paixão
Hoje já não representa mais nada

Entretanto, sempre é tempo de recomeçar
E incendiar aquela fagulha adormecida
Pois nunca é tarde para voltar a amar
O grande amor de sua vida.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Beijos

De todos os sabores
Qualquer intensidade
De curtição, de amores
Tem que ser de verdade

Lábios, bocas, beijos
Batom, gosto e sabor
Dois seres com desejos
Dois seres – um amor

Olhos bem fechados
Arrepios no pescoço
Com os lábios selados
É difícil largar o osso!

Amor, beijo, paixão
Rapidinho ou demorado
Tem que ser de coração
Para ser um bom namorado

Troca completa de sensações
Delírios em poucos segundos
Interpretação de emoções
Beijos demorados e profundos.

Tudo se resume na caridade

A cada vida uma nova existência
Que nos permite provas e expiação
Regados pela luz da paciência
E pelo dom sublime da encarnação

Alimento que preenche a alma
Olor sensível que inebria os sentidos
Certeza que inspira a nossa calma
Timbre suave que alegra os ouvidos

O cantar dos pássaros no raiar do dia
O perfume da flor ainda em botão
Raios do amanhecer na esperança tardia
Sentimento divino que ultrapassa a emoção

Um amor que não pode ser explicado
Fonte inesgotável de pura bondade
Ensinamento pelo Mestre deixado
De que tudo se resume na caridade.

Erupções

Doce e sublime desejo desesperado
Vontade súbita, enquanto permanente
Verso expressivo e apaixonado
De um anseio louco e intermitente

Olhos que se fitam em correspondência
Química que incendeia - lei da atracão
Dois corpos que renegam à ciência
Quando ardem em um único coração

É fogo, é chama, fagulha imortal
Bocas que esperam se encontrar
Prazer humano, divino e carnal
A mais perfeita tradução do amar

Arrepios e suspiros, sussurros e versos
Melodia do corpo e timbre da alma
Dedilhando na pele com toda a calma
A voracidade de sentimentos diversos

Suaves e inesquecíveis sensações
Do toque, do beijo, do olhar perfeito
Intensas e fumegantes erupções
De um sonho ainda tão imperfeito.

Deus, um amor maior que tudo

Deus, um amor maior que tudo

Olhe as obras e procure o autor
Feche os olhos e sinta no coração
A prova que existe um amor
Que vai além da imaginação

Quando a nossa razão for falha
Quando o pão repartido for migalha
Procure a mais reduzida unidade
Acharás vestígios de uma verdade

O florescer nos campos infecundos
A luz que guia na jornada da esperança
O compasso que move os segundos
O sorriso simples e inocente da criança

De todas as coisas, a causa primeira
De todos os momentos a inspiração
De todas as palavras, a mais verdadeira
Um amor que vai além da emoção.

Era menino

Era menino

Era menino, queria ser livre para voar
Era menino, queria ser astronauta e ir à lua
Era menino, e do terraço ficava a admirar
A liberdade dos outros meninos na rua

Eu era o meu melhor e único amigo
Ou talvez seriam os brinquedos?
A verdade é que vivia num abrigo
Preso por causa de meus medos

Queria ser como uma pipa no céu
Desafiando o horizonte sem medo de voar
A esperança seria a amiga mais fiel
Daquele que nunca desaprendeu a sonhar

Entretanto, acabou-se a infância
Hoje não sou mais aquele menino
Que antes comia com tanta relutância
E agora não tem nada de franzino

Aquele menino é apenas doce lembrança
Hoje existe um menino disposto a amar
Que empina no céu a sua pipa da esperança
Sem temer nenhum cerol que possa cortar.

Poema em inglês!!! Depois posto a tradução!

I did not know by then

Little did we know at first sight
That we would not be together now
When I came across your shining light
I was speechless and static somehow

Your dulcet voice still sounds in my heart
The colours of your eyes still shine
When I drink the unforgettable wine
Made of real soul grapes broken apart

I have to admit my failure and apologize
For the days I have taken you for granted
But now, there is no way to disguise
You are the one I have always wanted

And now that time has gone by
All my tears, I will have to dry
Because I have finally set my mind
That love like yours, never will I find.

Página em branco

Página em branco

Página em branco, maior desafio dos poetas
São palavras que não querem ser ditas
Lembranças que parecem ser tão bonitas
Mas que de repente tornam-se incertas

É difícil encontrar uma boa inspiração
Quando o tema de amor já está batido
Embora pulsando fortemente no coração
Na ponta da caneta parece perdido

A caligrafia é confusa, quase que abstrata
De tanto forçar as mãos, o sangue escorre
Alguns têm vontade até de tomar um porre:
Ah como uma dor de amor maltrata!

Alfa – pulsação sagrada dos escritores
Dê uma luz, uma lanterna quase apagada
Que possa guiar os poetas na jornada
Em busca de novas inspirações e de novos amores.

Velha criança, novo poeta

Velha criança, novo poeta

Queria ter um pouco de pó de pirlimpimpim
Poder viajar para qualquer lugar do mundo
Jogando o pó mágico em cima de mim
Num piscar de olhos, numa fração de segundo

Doces e gostosas aventuras de criança...
Como é bom relembrar o passado!
Quando ainda era real a esperança
De que mais tarde nada seria complicado

Quanta saudade de brincar com o peão de madeira
A rodopiar livremente, riscando o piso da sala
Até que a mãe diz: acabou a brincadeira!
É a hora que o peão para e o filho se cala

Ao fim de mais um dia, pé sujo e corpo cansado
Mas depois de uma noite bem dormida (ou inquieta)
Recarregam-se as baterias do menino levado
Que um dia escreveria esse poema e seria este poeta.

Um amor de menino

Um amor de menino

Um casal perfeito que teima em ficar separado
Um grande amor que teme as dores do mundo
Um homem maduro, porém jovem e desesperado
Uma mulher insegura, eis um dilema profundo

Dois pares de olhos – castanhos claros e reluzentes
Fitam-se num desejo louco, num anseio desmedido
Corações que pulsam em chamas intermitentes
De um amor ainda tão ingênuo e incompreendido

Tanta coisa em comum: gostos, sabores, canções
Sintonia perfeita dos corpos que se procuram
Versos incendiários que aquecem os corações
Separados por dilemas infantis que ainda perduram

Já é tempo de por um ponto final nessa insensatez
Dar uma chance ao sentimento e confrontar o destino
Quem sabe os dois possam ser felizes, ou talvez
O poeta ao menos prove do seu amor de menino.

Aprendizado

Aprendizado

Aprendi que muitas vezes na vida é preciso renunciar àquilo que é de nossa vontade por motivos maiores e mais nobres.
Aprendi que há pessoas que usam da arte dos outros como forma de promoção.
Aprendi que há pessoas que acham que você é um objeto que pode ser usado e mais tarde descartado.
Aprendi que as mulheres são tão complicadas quanto matemática.
Aprendi que as mulheres são como matemática: difícil de entender, mas ninguém consegue viver sem.
Aprendi que a falsidade é algo terrível.
Aprendi que todos julgam, todos sentem raiva, todos desejam mal, afinal, todos são imperfeitos.
Aprendi que há pessoas que te julgam sem ao menos te conhecerem.
Aprendi que a inveja é algo que destroi e faz sofrer.
Aprendi que a beleza da vida não está no ouro, mas no seu brilho.
Aprendi que existem pessoas que não se contentam em serem relegadas a segundo plano e querem sempre um lugar de destaque.
Aprendi que uma vida é muito pouco para conquistar tudo que se deseja
Aprendi que nessa vida temos apenas momentos felizes, pois a felicidade plena não é deste mundo.
Aprendi que é preciso ser humilde para se ter aquilo que se ambiciona.
Aprendi que as mulheres são como uma caixa de surpresas: abre-se uma, tem outra, abre-se outra e ainda têm incontáveis lá dentro.
Aprendi que a rotina faz mal.
Aprendi que as loiras não são as mais burras, mas as mais astuciosas.
Aprendi que às vezes na vida faz bem fugir das regras.
Aprendi que um texto não é bonito por sua forma, mas por seu conteúdo.
Aprendi que muitas das coisas que aprendemos na escola, jamais veremos de novo.
Aprendi que a saudade é algo que doi muito, quando algo não foi vivido intensamente.
Aprendi que comprar um livro enquanto se lê outro faz com que ambos não sejam lidos por completo.
Aprendi que a política pode ser algo sórdido.
Aprendi que as críticas, quando não são fruto de inveja, fazem-nos crescer.
Aprendi que uma mulher consegue ignorar alguém, mesmo quando o ama.
Aprendi que nunca é tarde para se aprender.
Aprendi que a palavra de ordem é equilíbrio!
Aprendi que devemos confiar em nós mesmos.
Aprendi que tudo tem dois lados.
Aprendi que nem sempre quem aparenta ser do bem de fato é.
Aprendi que os homens de minha geração criticam os românticos, mas sempre dão flores.
Aprendi que gostar de músicas e cantores muito mais velhos que você não é um sinal de insanidade, mas de bom gosto.
Aprendi que gosto não se discute, principalmente religião.
Aprendi que a raiva consegue cegar.
Aprendi que as melhores pessoas são aquelas que julgamos ser as mais fracas.
Aprendi que os homens mais inescrupulosos e descarados geralmente são os que as mulheres mais gostam.
Aprendi que há caminhos na vida que não permitem mão dupla para voltar atrás.
Aprendi que às vezes as sogras valem mais que as filhas, embora sejam essas as que amamos.
Aprendi que Deus está acima de tudo.
Aprendi que as maiores verdades são ditas num porre.
Aprendi que um pai com ideias ultrapassadas pode atrapalhar o seu progresso enquanto homem.
Aprendi que o mais importante não é a resposta, mas a pergunta.
Aprendi que muitas vezes é melhor esconder-se à expor-se e ser invejado.
Aprendi que gostar primeiro da aparência de alguém sempre acaba sendo ruim mais tarde.
Aprendi que quando alguém não gosta de você, é capaz de coagir os outros para que não gostem de você também.
Aprendi que uma deficiência não faz de alguém inválido.
Aprendi que a vida é uma escola na qual não existe reprovação, mas está cheia de dependências.
Aprendi que saber falar outras línguas preenche a alma e o tempo.
Aprendi que a mulher amada tem várias faces.
Aprendi que as santinhas são as piores.
Aprendi que ser um pai ou uma mãe requer abdicação.
Aprendi que uma noite de sono bem dormida é um remédio salutar.
Aprendi que na escola existe uma lei da selva: Quem é mais popular?
Aprendi que um troféu na estante nada mais é do que uma memória viva.
Aprendi que sufocamos as pessoas sem perceber.
Aprendi que toda família é repleta de brigas.
Aprendi que criança tem que brincar e não ficar se intrometendo na conversa de adultos.
Aprendi que tudo tem seu tempo para acontecer e quem tenta apressar as coisas uma hora acaba chorando.
Aprendi que as dores do corpo vêm das mazelas da alma.
Aprendi que o amor na maior parte dos momentos é motivo de tristeza, mas nos poucos de alegria é capaz de compensar.
Aprendi que uma palavra amiga pode salvar uma vida.
Aprendi que todo relacionamento verdadeiro deve passar por provações para ser testado e amadurecido.
Aprendi que um texto nunca está terminado.
Aprendi que um ponto final é apenas um até breve.
Aprendi que ninguém é capaz de suportar uma vida sozinho.
Aprendi que todos têm sonhos.
Aprendi que o mundo está viciado e dependente do computadores.
Aprendi que o poder de Deus não pode ser medido.
Aprendi que a ciência e a religião têm muito mais em comum do que pensam.
Aprendi que a nostalgia pode ser algo trágico.
Aprendi que a maior dor que um homem pode ter, não está no erro, mas em não ter tentado conseguir o que queria.
Aprendi que um olhar diz mais que uma palavra.
Aprendi que um toque da pessoa amada provoca arrepios inexplicáveis.
Aprendi que o dinheiro não existe e que apenas trocamos as coisas.
Aprendi que a história ajuda a compreender o passado para entender o presente e prever o futuro.
Aprendi que os grandes poetas falavam de amor.
Aprendi que os vícios destroem um viciado e principalmente a sua família.
Aprendi que o rosto cora, o coração acelera e a fala perde-se na presença da mulher amada.
Aprendi que o medo é o pior sentimento que existe.
Aprendi que a raiva e a angústia também são ruins, mas não piores que o medo.
Aprendi que os gênios são sempre motivo de ódio.
Aprendi que o Natal é a melhor época do ano.
Aprendi que ter apenas um amigo é perigoso.
Aprendi que uma pessoa só guarda um segredo até que lhe seja útil guardá-lo.
Aprendi que ninguém é cem por cento confiável.
Aprendi que uma devemos sempre ouvir os mais velhos.
Aprendi que as coisas mais pequenas são as que têm mais valor.
Aprendi que não se deve ter medo da opinião dos outros.
Aprendi que não é possível agradar a todos e nem devemos querer isso.
Aprendi que o preconceito pode segregar as pessoas.
Aprendi que uma flor pode nascer no asfalto.
Aprendi que no meio de tantos espinhos, existe uma pétala cheirosa.
Aprendi que nada é maior que o amor.
Aprendi que o aprendizado é contínuo e eterno.
Aprendi que o fim é o começo, pois a vida sempre se renova.
Aprendi que a morte não é o limite, apenas uma passagem para outras vidas.
Aprendi que sou um eterno aprendiz.
Aprendi que esse não é o fim, pois termina num ponto final.
Até breve.

Preconceito

Preconceito

O preconceito gera preconceito
É simples o enunciado
Tamanha é a falta de respeito
Que deveria ser pecado

Quem julgar será julgado
Sem ter qualquer direito
E quem hoje for recriminado
Amanhã estará refeito

O preconceito pode ser explicado
Como fruto do despeito
De quem está desesperado
E vive a apontar defeito

Quem julgar será julgado
Pois preconceito gera preconceito
E quem hoje tem o dedo apontado
Amanhã passará por imperfeito.

Flor, fruto e porvir

Flor, fruto e porvir

Canto a beleza dos raios de primavera
Colho as flores que começam a cair
É findada a hora de quem só espera
E a vez de quem acredita no porvir

Se até mesmo a natureza se renova
Por que não promover a mudança?
A vida sempre permite uma nova prova
Para quem mantém viva a esperança

É hora de confiar no poder da semeadura
E acreditar nos frutos da colheita
A despeito da noite sombria e escura
O raio do amanhecer na janela já espreita

É primavera, são frutos, são flores
É o alvorecer de um novo dia
Pois hão de brotar no jardim dos amores
Os sentimentos salutares da alegria.

Cartas de amor

Cartas de amor

Seladas com adesivos, cuspe ou até cola
Em papeis de diferentes tamanhos e cores
Ora apraz e apaixona, ora maltrata e desola
Nada mais são do que cartas de amores

Escritas em dizeres, palavras difíceis ou versos
Todos já escreveram, receberam ou invejaram
Cartas que expressam os tipos mais diversos
De apaixonados que (nunca) se declararam

Em tons melancólicos, loucos ou delicados
Palavras doces, sedutoras ou sacadas
São homens e mulheres apaixonados
Munidos de uma cartilha de cantadas

Embora sejam tão diferentes, são muito iguais
Pois tratam de sentimentos que fogem à razão
Piegas, bonitinhas, ridículas ou fatais
São cartas de amor escritas com o coração.

Morrer de tanto amar

1º colocado no III Concurso de Poesia Amor Demais em homenagem a Vinícius de Moraes

Morrer de tanto amar

Um barco à espera de um cais
Ancoraria num porto seguro
Se não fossem as dores do amor demais
A quebrar suas ondas no escuro.
Recluso em si mesmo, vive numa prisão
Teme os monstros que existem no mar
Está preso nas armadilhas da solidão
Por não ter aprendido a amar.
Sua tripulação carrega o Vício e o Medo
Que num motim, tomaram o comando
Mas foram destituídos em segredo
Deixando o barco à deriva, naufragando.
Eis que abarca um novo e destemido comandante
Que decide parar na ilha do sentimento
Navega por milhas e milhas até o instante
Em que não existe mais ressentimento.
Atracado numa ilha sem temeridade
Finalmente encontra a sua primavera
Na mais perfeita idealização da realidade
A mulher amada está à sua espera.
Decide, então, navegar pelas linhas de seu corpo
Agora, sem medo de naufragar
Pois mesmo que ali, enfim, morresse
Teria sido de tanto amar.