domingo, 18 de agosto de 2013

Mais uma condução

Embarco apressado na condução
O relógio parece me desafiar
O tempo passa feito um furacão
Mas só a inércia me faz movimentar

Estático, observo os passageiros
Cansados pelo tardar do dia
Passado um ponto, descem os primeiros
Entram novos, renovam a energia

Por entre os freios bruscos e inesperados
Queixam-se as velhas de artrite e artrose
Resmungam os novos, inconformados
Com mais um surto da nova virose

A cada curva um velho horizonte
Que se repete no correr da rotina
E no trepidar da mesma ponte
Sinto o temor da pequena menina

Tudo parece seguir a mesma velocidade
Repete-se o trem em cada estação
Quando penso que atingi a liberdade
Apenas salto, distraído, e dou com a cara no chão.

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