sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Uma breve reflexão

Certo dia quando já estava deitado em minha cama, pronto para dormir, me peguei pensando em uma grande coisa: Quando é que estou totalmente em paz comigo mesmo? Percebo que esse meu questionamento deve rondar a cabeça de muitas pessoas todas as noites antes de dormir.
É muito difícil repousar a cabeça sobre o travesseiro e sentir uma satisfação de dever cumprido. Nossos dias estão a cada dia mais atribulados e nos falta tempo até mesmo para as coisas mais habituais como um beijo de boa noite. Quantos esposos se esquecem às vezes de dar um beijo apaixonado desejando uma boa noite para a mulher deitada ao seu lado? É mais comum do que pensamos! Mas a questão não é termos deixado de dar boa noite, e sim que estamos deixando passar momentos importantes de nossas vidas e isso acaba com essa tão sonhada paz interior.
Essa paz nada mais é do que a satisfação diante do dever cumprido, diante das nossas vitórias nas batalhas diárias. Essa paz é edificante para nosso ser, e traz serenidade para lidarmos com as situações difíceis. Entretanto, como podemos obtê-la? Essa pergunta sem dúvidas já deixou muitas pessoas sem dormir.
A paz interior é fruto de uma conduta íntegra, da doação e da entrega às atividades que nos propomos a exercer. Todavia, seu melhor exemplo está presente na caridade e na fé. Essa fé é mais que a de rogar aos céus por proteção, ela é quando enfrentamos os nossos medos sem temer, por acreditarmos que nunca estamos sozinhos e que somos capazes de vencer qualquer obstáculo que nos pareça difícil ou até mesmo impossível. É toda vez que acreditamos no nosso poder interior e que somos capazes de realizar os nossos sonhos mais profundos, lutando e batalhando por eles com o suor que escorre do nosso corpo cansado.
Já a caridade, é sabermos que nem todos tem a mesma oportunidade. Cada um nasce numa condição diferente e com uma missão mais distinta ainda. Essa caridade não é somente aquela que a mídia nos cansa de mostrar em que as pessoas saem doando pão na rua e ajudando uma velhinha a atravessar a rua. Ela é muito mais grandiosa que isso. É saber ouvir, é saber dar carinho, amor e atenção. É ter pelos necessitados a compaixão e a bondade verdadeira que não doa para dizer que doou, mas doa para deitar no travesseiro e sentir que ajudou e ter a certeza que um dia tudo que fez virá em dobro. Assim, talvez, começamos a sentir essa tão almejada paz interior.
Tudo isso é muito difícil, mas se doarmos um pouco dos nossos minutos tão valiosos nos sentiremos melhores. Vamos ouvir o choro e consolar os que sofrem, vamos dar carinho e um voto de confiança a quem não acredita em si mesmo. Vamos ouvir as historias dos mais velhos e experientes, mesmo que elas sejam as mesmas todos os dias. Vamos sentar no tapete da sala e brincar com nossos filhos, sentar na mesa de jantar e ouvir como foi o dia do outro. E quem sabe assim, no final do dia possamos repousar nossos corpos na cama com a sensação de dever cumprido e nos extasiarmos com um pouco de paz.

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