terça-feira, 8 de maio de 2012

Um amor medieval



Nas fortalezas de um feudo
Havia um nobre cavaleiro
Que lutava em segredo
Por seu sonho verdadeiro
Era bravo e corajoso
Herói, mocinho e vilão
Embora não fosse tão ditoso
Tinha um grande coração
Defendia o seu senhor
Protegia os seus pais
Era um grande trovador
Lutava pelo bem e pela paz!
Batalhava mascarado
Não revelava sua identidade
Tinha um sombrio passado
Ninguém sabia sua verdade!
Chegara depois de moço
Fora adotado por camponeses
Que eram donos de um poço
E acolheram-no por meses
O tempo passou, deixou o lar
Mas não se esqueceu dos seus
Sempre voltava para ajudar
Era mais um filho de Deus.
Esse destemido cavaleiro medieval
Tinha uma grande amada
Seu nome era segredo sepulcral
Guardado na ponta de sua espada
Certa vez foi recrutado para uma batalha
Contra um temido senhor suserano
Não poderia levar nem uma migalha
Poderia lutar por mais de um ano!
Saiu com sua máscara de ferro
E com seu escudo de proteção
Antes deu um sonoro berro
E partiu com seu cavalo bonachão.
Foi posicionado na linha de trás
Demoraria para chegar a sua vez
Mas os seus morreram cedo demais
Na linha de frente sobraram três.
Com a ponta de sua espada feriu um rival
Foi então perseguido por outro cavaleiro
Nenhum deles queria o mal
Eram obrigados o tempo inteiro
O trovador resolveu fingir-se de morto
Após um golpe que o atingiu de raspão
Caiu no chão, imóvel e absorto
Depois de horas, foi embora o batalhão.
Levantou-se sob o sangue empoçado 
Viu o corpo de um grande camarada
Sentiu-se extremamente amaldiçoado
Poderia ter sido a sua amada.
Recolheu suas tristezas e seguiu seu caminho
Voltava ao reino de seu senhor
Nunca estivera tão sozinho
Quando se deparou com uma flor
Nascida no meio da terra arenosa  
Naquela mistura de sangue com suor
Brotara a flor, bela e formosa
Inspirou-lhe a dar o seu melhor
De volta ao reino resolveu ser feliz
Todos davam como certa a sua morte
Era o cavaleiro que sobrevivera por um triz
Estava lançada a sua sorte
Todos queriam saber quem era o ditoso
Todas as donzelas o queriam sem tê-lo visto
Mas o trovador sentia-se desgostoso
Por não ter o seu amor tão bem quisto
Não revelaria jamais a sua identidade
Pois sua amada não o quereria
Foi quando teve a ideia e a maturidade
De compor-lhe uma cantiga de poesia.
Seu senhor armou-lhe um palco pomposo
Onde ele deveria descobrir seu rosto
Foi quando cantou sua lira, tão amoroso
Que sentiu na boca um doce gosto:
“Minha donzela, rainha de meu coração
Serpente, bela, enfeitiça meus dias
Doma este seu branco alazão
Provoca as mais belas alegrias
Amo-te como cavaleiro, como amante
Num amor sincero e verdadeiro
Neste simples verso galopante
Declaro o teu nome primeiro
Rainha bela, doce e imaculada 
És a razão de toda a minha sabedoria
Donzela, minha alma está enfeitiçada
Pela tua beleza, oh bela Sophia”
Naquele instante surge no meio da multidão
Uma jovem e delicada mulher
De cabelos loiros, castanhos
Do jeito que o trovador quer
De seios formosos e tamanhos!
Com seu vestido de seda esvoaçante
De menina mulher encantadora
Naquele mesmo instante
Ele retira sua máscara assustadora
O MUNDO PÁRA! AS RIMAS SE PERDEM!
O BEIJO ENFIM ACONTECE!
O povo aplaude, sua mãe chora
Seus amigos riem, seu pai comemora
Sophia era sua amiga de criança
Mas o destino o separara de seu amor
Tudo o que deixara fora a esperança
De um dia reencontrá-la, destino sofredor!

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