domingo, 18 de dezembro de 2011

Morrer de tanto amar

1º colocado no III Concurso de Poesia Amor Demais em homenagem a Vinícius de Moraes

Morrer de tanto amar

Um barco à espera de um cais
Ancoraria num porto seguro
Se não fossem as dores do amor demais
A quebrar suas ondas no escuro.
Recluso em si mesmo, vive numa prisão
Teme os monstros que existem no mar
Está preso nas armadilhas da solidão
Por não ter aprendido a amar.
Sua tripulação carrega o Vício e o Medo
Que num motim, tomaram o comando
Mas foram destituídos em segredo
Deixando o barco à deriva, naufragando.
Eis que abarca um novo e destemido comandante
Que decide parar na ilha do sentimento
Navega por milhas e milhas até o instante
Em que não existe mais ressentimento.
Atracado numa ilha sem temeridade
Finalmente encontra a sua primavera
Na mais perfeita idealização da realidade
A mulher amada está à sua espera.
Decide, então, navegar pelas linhas de seu corpo
Agora, sem medo de naufragar
Pois mesmo que ali, enfim, morresse
Teria sido de tanto amar.

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