terça-feira, 18 de setembro de 2012

Estará tudo pacificado?



Estará tudo pacificado?


Está tudo pacificado no jogo das ilusões 
Estão todos em paz atrás dos portões 
Dos muros altos, embaixo nos porões
Estamos todos guarnecidos por canhões 

Está tudo pacificado em terra de vendilhões 
Estão todos em paz sobre os vulcões 
Em constantes gozos e erupções 
Dos exércitos, das batalhas e deserções

Está tudo pacificado nas paixões 
Estão em paz os ricos e seus milhões
Enquanto o pobre e suas humilhações 
Amargam as algemas e os grilhões 

Está tudo pacificado nos batalhões 
Estão todos em paz nas canções 
Pela anistia dos vícios dos colhões 
Chovem armistícios e perdões

Está tudo pacificado nas quatro estações 
Estão todos em paz e em boas vibrações 
A primavera pede alforria às emoções 
No gelo seco do deserto e das monções 

Está tudo pacificado na terra das ilusões
Ninguém tem toda essa paz nos corações 
A antítese do ódio e do egoísmo são os vilões 
Que fazem o pranto de quem suplica por orações.


Um comentário:

  1. Caro Felipe, parabéns pelo texto! E parabéns pela capacidade de poetizar momentos!

    Um abraço!

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