sábado, 16 de junho de 2012

O homem tem que ser o cachorro do próprio homem


Estima-se que o Planeta Terra tenha por volta de 4,5 bilhões de anos e que o Universo ultrapasse a nona grandeza. O homem por sua vez, como Homo sapiens, habita a Terra por algo em torno de 200 mil anos. 
Esses dados servem apenas para mostrar o quão ínfimos somos diante da magnitude do Universo e do Planeta. O que são 200 mil anos perto de 4,5 bilhões? A resposta lógica seria dizer que nada. O que seriam ainda assim, 200 anos de 200 mil? Pouquíssima coisa. 
Entretanto, esses 200 anos, desses 200 mil, desses 4,5, dessa nona grandeza estão transformando radicalmente o Planeta onde vivemos. Muito se fala em desenvolvimento sustentável, no qual devemos nos preocupar em garantir um bom mundo para as gerações futuras. Mas a questão é: estamos realmente engajados nesse modelo, ou isso é apenas demagogia política?
Nos últimos 200 anos o homem acelerou e destruiu muito mais do que destruíra em 200 mil anos. Com o florescimento da Revolução Industrial no século XVII apoiada na burguesia capitalista ascendente, ele teve que buscar novas fontes de energia. Em pouco tempo a exploração da natureza começou a se intensificar. Surgiram novas fontes, queimamos combustíveis fósseis, mas a demanda era muito maior que as nossas reservas. Fomos obrigados a aumentar numa progressão imprevista. Quando nos demos por perceber, os problemas ambientais batiam a nossa porta.
            Começaram a falar em Poluição, Efeito Estufa, Aquecimento Global e outros mais. Exploramos o nosso Planeta com uma velocidade indiscriminada. Em pouco mais de 200 anos causamos muito mais danos que em 2000 anos como espécie em uma pequena linha do tempo da nossa relação desagradável com a Terra. Muitas organizações surgiram e muito vem sendo discutido. Reuniões, projetos, cúpulas e encontros vêm sendo feitos, cartas e protocolos assinados, mas para alguns parece que não há remédio: o Planeta está fadado à destruição.
            Essa é uma afirmação que vem sendo muito decorrente: “Se o homem não parar já, vai destruir o Planeta!” Todavia, ela está completamente errada. Para isso devemos repensar nosso conceito de destruição.
            A Terra já sobreviveu a muita coisa! As primeiras Eras eram absurdamente inóspitas. Vulcões, terremotos, abalos... O Planeta já passou por muitos! Glaciações? Fazem parte da rotina. O que não fazia parte de sua rotina, pelo menos até 200 mil anos atrás, era esse homem ignorante e inconsequente.
            De tão egoísta ele pensa que irá destruir o Planeta, sem se dar conta que muito antes do destruí-lo, ele já terá se autodestruído. As placas verdes fixadas nos outodoors dizem: “Vamos salvar o planeta!” Entretanto, não temos que salvar o Planeta. Temos que nos salvar, afinal, a Terra já sobreviveu a tanta coisa que não vai ser uma espécie de 200 mil anos que resolveu atacá-la há 200 que vai liquidar com sua história. Nós não seríamos capazes de viver sob as temperaturas esperadas para o futuro, nem mesmo sem o recurso mais fundamental para a nossa existência que é a água. Já a Terra, nos deu provas que conseguiria facilmente, como já o fez.
            Existe uma comparação muito simples que questiona a inteligência do homem com relação ao seu relacionamento de amor e ódio com o seu Planeta. Os tão apreciados dinossauros viveram cerca de 160 milhões de anos sobre a face da Terra com um cérebro muitíssimo pequeno comparado ao do homem. A sua inteligência em nada se poderia comparar cientificamente à do homem. Cientificamente. Racionalmente, uma espécie que causa em 200 anos danos mais profundos e graves do que seres que viveram por 160 milhões de anos, nos faz mudar um pouco os nossos conceitos de inteligência.
            O que nos difere dos dinossauros não é o tamanho do cérebro, mas o tamanho da nossa ganância e do nosso egoísmo. Segregamos, matamos, corrompemos e destruímos por um sistema econômico, enquanto que vivendo pela Segregação Natural de Darwin, os nossos amigos dinos pouco fizeram contra a Terra.
            Deveríamos repensar os nossos conceitos. A Terra poderia muito bem viver sem nós. Ela está mais do que acostumada com o aquecimento, enquanto uma elevação de poucos graus de temperatura seria letal para a manutenção de nossa espécie. O homem, como disse Hobbes, é o lobo do próprio homem. Enquanto ele pensa que está destruindo o Planeta, na realidade está se autodestruindo e se autoflagelando. Basta analisar os números! O que são 200 mil anos para um Planeta de 4,5 bilhões anos e um Universo de nona grandeza? Nada.
            Por esse motivo, devemos aproveitar para reforçar e reformular as nossas ações de preservação e sustentabilidade, para que seja bem feita a manutenção de nossa espécie. Por que não criar projetos fortes e ações concretas que visem à conscientização das pessoas paralelamente às de preservação e de obtenção de fontes de energia limpas renováveis? Por que não punir com severidade aqueles que degradam e acabam com as florestas, afetando os ecossistemas e destruindo as espécies? Por que não implementar aulas obrigatórias de Ecologia desde as séries primárias, a fim de incutir nas gerações futuras o pensamento de preservação? É preciso investir em educação! Só ela é capaz de construir um futuro sustentável.
            O povo também precisa se conscientizar do suicídio que está cometendo, ao invés de pensar que os problemas ecológicos e ambientais são apenas propagandas políticas para encontros de líderes. Além do suicídio, estamos cometendo uma série de assassinatos contra as espécies que estavam aqui muito antes de nós e que nada têm a ver com a ganância e a sede de poder desmedidas do homem. 
            Temos que usar esse nosso cérebro maior que o do dinossauro para sermos mais inteligentes e prosperarmos como espécies por muito mais que 160 bilhões de anos. O homem tem que deixar de ser lobo do próprio homem e ser o cachorro do próprio homem, pois como dizem no popular: o cachorro é o seu melhor amigo!
                                                                      

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