Embarco apressado na condução
O relógio parece me desafiar
O tempo passa feito um furacão
Mas só a inércia me faz movimentar
Estático, observo os passageiros
Cansados pelo tardar do dia
Passado um ponto, descem os primeiros
Entram novos, renovam a energia
Por entre os freios bruscos e inesperados
Queixam-se as velhas de artrite e artrose
Resmungam os novos, inconformados
Com mais um surto da nova virose
A cada curva um velho horizonte
Que se repete no correr da rotina
E no trepidar da mesma ponte
Sinto o temor da pequena menina
Tudo parece seguir a mesma velocidade
Repete-se o trem em cada estação
Quando penso que atingi a liberdade
Apenas salto, distraído, e dou com a cara no chão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário