Estima-se que o Planeta Terra tenha por volta de 4,5 bilhões
de anos e que o Universo ultrapasse a nona grandeza. O homem por sua vez, como
Homo sapiens, habita a Terra por algo em torno de 200 mil anos.
Esses dados servem apenas para
mostrar o quão ínfimos somos diante da magnitude do Universo e do Planeta. O
que são 200 mil anos perto de 4,5 bilhões? A resposta lógica seria dizer que
nada. O que seriam ainda assim, 200 anos de 200 mil? Pouquíssima coisa.
Entretanto, esses 200 anos,
desses 200 mil, desses 4,5, dessa nona grandeza estão transformando
radicalmente o Planeta onde vivemos. Muito se fala em desenvolvimento
sustentável, no qual devemos nos preocupar em garantir um bom mundo para as
gerações futuras. Mas a questão é: estamos realmente engajados nesse modelo, ou
isso é apenas demagogia política?
Nos últimos 200 anos o homem
acelerou e destruiu muito mais do que destruíra em 200 mil anos. Com o
florescimento da Revolução Industrial no século XVII apoiada na burguesia
capitalista ascendente, ele teve que buscar novas fontes de energia. Em pouco
tempo a exploração da natureza começou a se intensificar. Surgiram novas
fontes, queimamos combustíveis fósseis, mas a demanda era muito maior que as
nossas reservas. Fomos obrigados a aumentar numa progressão imprevista. Quando
nos demos por perceber, os problemas ambientais batiam a nossa porta.
Começaram a falar em Poluição,
Efeito Estufa, Aquecimento Global e outros mais. Exploramos o nosso Planeta com
uma velocidade indiscriminada. Em pouco mais de 200 anos causamos muito mais danos
que em 2000 anos como espécie em uma pequena linha do tempo da nossa relação
desagradável com a Terra. Muitas organizações surgiram e muito vem sendo
discutido. Reuniões, projetos, cúpulas e encontros vêm sendo feitos, cartas e
protocolos assinados, mas para alguns parece que não há remédio: o Planeta está
fadado à destruição.
Essa é uma afirmação que vem
sendo muito decorrente: “Se o homem não parar já, vai destruir o Planeta!”
Todavia, ela está completamente errada. Para isso devemos repensar nosso
conceito de destruição.
A Terra já sobreviveu a muita
coisa! As primeiras Eras eram absurdamente inóspitas. Vulcões, terremotos,
abalos... O Planeta já passou por muitos! Glaciações? Fazem parte da rotina. O
que não fazia parte de sua rotina, pelo menos até 200 mil anos atrás, era esse
homem ignorante e inconsequente.
De tão egoísta ele pensa que
irá destruir o Planeta, sem se dar conta que muito antes do destruí-lo, ele já
terá se autodestruído. As placas verdes fixadas nos outodoors dizem: “Vamos
salvar o planeta!” Entretanto, não temos que salvar o Planeta. Temos que nos
salvar, afinal, a Terra já sobreviveu a tanta coisa que não vai ser uma espécie
de 200 mil anos que resolveu atacá-la há 200 que vai liquidar com sua história.
Nós não seríamos capazes de viver sob as temperaturas esperadas para o futuro,
nem mesmo sem o recurso mais fundamental para a nossa existência que é a água. Já
a Terra, nos deu provas que conseguiria facilmente, como já o fez.
Existe uma comparação muito
simples que questiona a inteligência do homem com relação ao seu relacionamento
de amor e ódio com o seu Planeta. Os tão apreciados dinossauros viveram cerca
de 160 milhões de anos sobre a face da Terra com um cérebro muitíssimo pequeno
comparado ao do homem. A sua inteligência em nada se poderia comparar
cientificamente à do homem. Cientificamente. Racionalmente, uma espécie que
causa em 200 anos danos mais profundos e graves do que seres que viveram por
160 milhões de anos, nos faz mudar um pouco os nossos conceitos de
inteligência.
O que nos difere dos
dinossauros não é o tamanho do cérebro, mas o tamanho da nossa ganância e do
nosso egoísmo. Segregamos, matamos, corrompemos e destruímos por um sistema
econômico, enquanto que vivendo pela Segregação Natural de Darwin, os nossos
amigos dinos pouco fizeram contra a Terra.
Deveríamos
repensar os nossos conceitos. A Terra poderia muito bem viver sem nós. Ela está
mais do que acostumada com o aquecimento, enquanto uma elevação de poucos graus
de temperatura seria letal para a manutenção de nossa espécie. O homem, como
disse Hobbes, é o lobo do próprio homem. Enquanto ele pensa que está destruindo
o Planeta, na realidade está se autodestruindo e se autoflagelando. Basta
analisar os números! O que são 200 mil anos para um Planeta de 4,5 bilhões anos
e um Universo de nona grandeza? Nada.
Por
esse motivo, devemos aproveitar para reforçar e reformular as nossas ações de
preservação e sustentabilidade, para que seja bem feita a manutenção de nossa
espécie. Por que não criar projetos fortes e ações concretas que visem à
conscientização das pessoas paralelamente às de preservação e de obtenção de
fontes de energia limpas renováveis? Por que não punir com severidade aqueles
que degradam e acabam com as florestas, afetando os ecossistemas e destruindo
as espécies? Por que não implementar aulas obrigatórias de Ecologia desde as
séries primárias, a fim de incutir nas gerações futuras o pensamento de
preservação? É preciso investir em educação! Só ela é capaz de construir um
futuro sustentável.
O
povo também precisa se conscientizar do suicídio que está cometendo, ao invés
de pensar que os problemas ecológicos e ambientais são apenas propagandas
políticas para encontros de líderes. Além do suicídio, estamos cometendo uma
série de assassinatos contra as espécies que estavam aqui muito antes de nós e
que nada têm a ver com a ganância e a sede de poder desmedidas do homem.
Temos
que usar esse nosso cérebro maior que o do dinossauro para sermos mais
inteligentes e prosperarmos como espécies por muito mais que 160 bilhões de
anos. O homem tem que deixar de ser lobo do próprio homem e ser o cachorro do
próprio homem, pois como dizem no popular: o cachorro é o seu melhor amigo!
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