Minha arte se exila no peito
Num asilo político de sabedoria
Pleno desejo, verso bem feito
Luz branca em noite de agonia
Minhas palavras não são minhas
Erro ao usar o pronome possessivo
Possessividade exijo nas linhas
Que são minha razão, meu motivo
Entregue às duplicidades da alma
O dualismo encontra a unidade
Áspero, rude, doce, sem calma
O poeta transforma a realidade
Sem qualquer fuga ou resistência
Posso até parecer um tanto rude
Minha emoção pode ser ciência
Uso a sagacidade da juventude
Minha arte se exila no peito
Minhas palavras não são minhas
Entregue às duplicidades da alma
Uso a sagacidade da juventude.